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Acidentes
19/01/2018 10:27:00
Motorista que invadiu calçadão de Copacabana escondeu que tinha epilepsia ao tirar carteira de motorista, diz Detran-RJ

G1/LD

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O motorista que atropelou 17 pessoas na Praia de Copacabana omitiu que tem epilepsia quando tirou carteira de habilitação, informou o Departamento Estadual de Trânsito (Detran-RJ) nesta sexta-feira (19). Antonio de Almeida Anaquim, de 41 anos, disse à polícia que teve um ataque epilético ao volante e perdeu o controle do carro. Uma bebê de 8 meses morreu no atropelamento, ocorrido na noite de quinta (18).

A mulher que acompanhava Antonio no veículo confirmou a versão de que ele desmaiou depois de ter o ataque. Outras testemunhas já foram ouvidas pela Polícia Civil.

Segundo o Detran, pessoas com epilepsia podem ter CNH. No entanto, precisam passar por uma avaliação neurológica antes de tirar o documento, e o exame médico tem validade menor. Os motoristas com epilepsia só podem ter habilitação na categoria B, para carros.

Ainda de acordo com o Detran, Antonio estava com carteira suspensa desde maio de 2014. No entanto, ele não cumpriu a determinação de devolver o documento e fazer um curso de reciclagem. Por dirigir e continuar a cometer infrações com a CNH suspensa, o órgão instaurou um processo de cassação do documento.

Laudo diz que motorista não bebeu

Antonio não tinha consumido bebida alcoólica antes de dirigir na noite de quinta-feira, de acordo com exame feito pela Polícia Civil e divulgado nesta sexta.

O laudo diz que Antonio estava desperto e se apresentou calmo para o exame, fornecendo respostas com clareza de raciocínio, pensamento bem articulado e orientação no espaço e no tempo.

Após o acidente, Antonio foi detido e levado para a 12ª DP (Copacabana), delegacia que abriu inquérito para investigar o caso.

Segundo a Polícia Civil, a principal hipótese é de que o motorista tenha mesmo sofrido um ataque epilético. Como não fugiu do local do atropelamento, Antonio vai responder em liberdade por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.

Câmera registrou atropelamento

Uma gravação do circuito de câmeras de segurança de um dos quiosques da orla de Copacabana mostrou o desespero dos clientes quando o carro avançou sobre os pedestres.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, das 16 vítimas feridas, nove com ferimentos mais graves foram levadas para o Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea, Zona Sul da Cidade. Destas, três receberam alta na madrugada desta sexta, e seis permaneciam internadas – uma delas é um turista australiano que está em estado grave.

O homem, de 68 anos e que não teve a identidade informada, sofreu traumatismo craniano e respira com ajuda de aparelhos.

As outras sete pessoas feridas foram socorridas no Hospital Souza Aguiar, todas com ferimentos mais leves, incluindo Niedja da Silva Araújo – mãe de Maria Louise Araújo Azevedo, a bebê que morreu no acidente.

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