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Brasil
06/08/2017 11:48:00
"É tecnicamente irrepreensível", diz desembargador gaúcho sobre sentença de Lula
Para Carlos Eduardo Thompson, Moro fez exame minucioso e irretocável dos autos do processo

Estadão/PCS

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"É tecnicamente irrepreensível", diz desembargador gaúcho sobre sentença contra Lula (Foto: Nelson Almeida / AFP)

O desembargador gaúcho e presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, afirmou neste domingo, em entrevista publicada pelo jornal o Estado de São Paulo, que a sentença em que o juiz Sérgio Moro condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a nove anos e seis meses de prisão, por corrupção passival e lavagem de dinheiro, "é tecnicamente irrepreensível. De acordo com Flores, Moro fez um exame minucioso e irretocável da prova dos autos e vai entrar para a história do Brasil".

Flores fez uma análise e comparou a decisão de Sérgio Moro à sentença proferida pelo juiz Márcio Moraes no caso Vladimir Herzog, em outubro de 1978, quando condenou a União pela prisão, tortura e morte do jornalista. "Tal como aquela, não tem erudição e faz um exame irrepreensível da prova dos autos”, disse.

O TRF-4 é a segunda instância de julgamento dos recursos da operação Lava Jato. Até a última quinta-feira, em três anos e cinco meses de Lava Jato, 741 processos já haviam chegado lá, 635 dos quais baixados. Entre os que estão na iminência de dar entrada está a apelação da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra a sentença de Sérgio Moro, a ser julgada pela Oitava Turma, composta por três desembargadores.

Flores classificou a análise da apelação de Lula como "uma honra e pesada a tarefa. Conforme ele, durante a apreciação do recurso do ex-presidente, as possibilidades são a confirmação, reforma ou até a anulação da sentença, seja pela Oitava Turma do Tribunal, ou pelos tribunais superiores, Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justiça.

“Será um julgamento isento, discreto, com a imparcialidade que requer”, disse. “A justiça não pode e não deve estar a serviço de ideologias políticas, de paixões partidárias, e, inclusive, de paixões populares”. Sobre a operação Lava Jato, disse: “Ela mostrou que O Brasil chegou a um nível inaceitável de corrupção. Mas não cabe ao Poder Judiciário regenerar moralmente uma nação”.

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