Quinta-Feira, 18 de Abril de 2024
Brasil
12/04/2017 11:11:00
Lista de Fachin: os próximos passos no STF
Número de inquéritos da Lava Jato no Supremo triplicou com a autorização para investigar 8 ministros, 3 governadores, 24 senadores e 39 deputados. Saiba o que acontece agora.

G1/PCS

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O ministro Luiz Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta terça-feira (11) a Procuradoria-Geral da República (PGR) a investigar 8 ministros, 3 governadores, 24 senadores, 39 deputados, um ministro do TCU e outros 23 suspeitos.

A decisão permite o início das investigações, com coleta de provas, do depoimento de testemunhas e do investigado. Advogados de defesa e investigadores podem apresentar provas à PGR, que decide se apresentará uma denúncia contra os alvos da operação ou pedirá o arquivamento das investigações.

Se houver denúncia, o STF analisa se acolhe ou não. Caso sim, o investigado vira réu na Suprema Corte. Nenhuma das fases tem prazo determinado de conclusão.

Entenda cada etapa dos processos no STF, da investigação ao julgamento:

Inquérito: Fachin autorizou o início das diligências, ou seja, o início das investigações. Elas envolvem coleta de provas, depoimentos de testemunhas e também do próprio investigado. Nessa fase, os citados são considerados suspeitos de um fato criminoso investigado.

Os pedidos de abertura de inquérito foram enviados ao STF porque entre os alvos há autoridades com foro privilegiado, isto é, que só podem ser investigadas (e depois julgadas, se for o caso) com autorização do Supremo. São os casos de deputados e senadores e ministros de Estado, por exemplo. Governadores são investigados e julgados no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Denúncia:

Se, ao final da fase de investigação, o Ministério Público considerar que há provas suficientes, apresenta uma denúncia, com acusações formais de crimes imputados. Do contrário, pode pedir o arquivamento das investigações. A denúncia torna o suspeito um acusado.

Justiça:

Caberá ao Judiciário analisar se a denúncia procede ou não. Essas denúncias devem ser analisadas nas Turmas do STF ou pelo plenário, que reúne os 11 ministros. Eles determinam a abertura de uma ação penal e tornam o investigado réu nesse processo criminal.

Nessa fase, a defesa pode apresentar provas de inocência do acusado e tentar a absolvição. E a acusação também pode apresentar suas provas, como as delações premiadas que embasaram a abertura dos inquéritos e demais documentos e relatos de testemunhas.

Nenhuma das fases possui prazo obrigatório.

Julgamento:

A etapa final é o julgamento, que declara se há ou não culpa. Se houver, também é decidida a pena a ser aplicada. Se não, o réu é absolvido.

Lava Jato no Supremo

Com a lista do Fachin, o número de inquéritos da Lava Jato no Supremo triplicou. Antes, eram cinco ações penais e 37 inquéritos da operação no Supremo. Com os novos 76 inquéritos abertos com base nas delações da Odebrecht, o STF passa a ter 113 inquéritos da Lava Jato.

Também dobrou o número de senadores e deputados investigados. Antes, eram 109 investigados, sendo 45 autoridades com foro privilegiado: 2 ministros, 2 ministros do TCU, 29 deputados e 12 senadores.

Com a lista do Fachin, passam a ser 194 investigados, sendo 104 com foro privilegiado: 2 ministros do STJ, 2 ministros do TCU, 8 ministros de Estado, 64 deputados e 28 senadores.

Também dobrou o total de partidos com investigados na Lava Jato: antes eram 8, agora são 16. A Lava Jato já tem 5 réus no STF, da primeira leva de investigados.

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