Sexta-Feira, 24 de Outubro de 2025
Cidades
20/10/2025 14:06:00
Estado de saúde de advogada que salvou família de incêndio em apartamento no PR é gravíssimo
Boletim foi atualizado na manhã desta segunda-feira (20). Segundo HU Londrina, que é referência no Paraná para tratamento de queimados, ela teve ferimentos em 63% do corpo. Mãe e criança também estão internados na UTI.

G1/PCS

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É gravíssimo o estado de saúde de Juliane Vieira, advogada de 28 anos que se pendurou em um suporte de ar-condicionado para salvar a mãe e o primo durante um incêndio no apartamento em que eles moravam, em Cascavel, no oeste do Paraná. A informação foi divulgada na manhã desta segunda-feira (20) pelo Hospital Universitário (HU) de Londrina, no norte do estado, onde ela está internada.

Também conforme o boletim atualizado, Juliane teve 63% do corpo queimado e está em leito de terapia intensiva, no Centro de Tratamento de Queimados (CTQ). Ela está instável, entubada e sedada.

A transferência entre o Hospital Universitário do Oeste do Paraná (HUOP), de Cascavel, e o HU Londrina - que é referência no Paraná para tratamento de queimados - aconteceu na sexta-feira (17). O transporte foi feito em um avião da Secretaria de Estado de Saúde (Sesa-PR).

Como foi o incêndio

O incêndio foi em um apartamento no 13º andar e começou na manhã de quarta-feira (15). O edifício fica no cruzamento das ruas Riachuelo e Londrina, no bairro Country.

Conforme apurado pela RPC, afiliada da TV Globo no Paraná, o fogo foi visto por trabalhadores de uma obra ao lado do prédio. Eles foram até a portaria do condomínio e avisaram o porteiro, que informou os moradores, desligou o gás e a energia, e disparou o alarme de incêndio.

Imagens publicadas nas redes sociais mostram a mulher pendurada na parte externa do prédio, em cima de um suporte de ar-condicionado, fazendo o resgate.

No apartamento, estavam Juliane, a mãe dela e o primo de 4 anos. Todos estavam dormindo quando o fogo começou. A prima dela, que é mãe da criança e também vive no imóvel, havia saído para ir à academia e não estava no local no momento do incêndio, segundo apurou a RPC.

Depois de sair pela janela e fazer o resgate, Juliane foi retirada pelos bombeiros.

Os outros moradores do prédio saíram do local em segurança.

As chamas foram controladas e o apartamento, que ficou destruído, isolado para inspeção técnica. No início da tarde do mesmo dia, houve uma perícia.

Conforme o perito Rodrigo Cavalcante de Oliveira Neves, a suspeita é de que o fogo tenha começado entre a cozinha e a sala, de forma acidental.

O laudo deverá ser concluído em aproximadamente dois meses.

Vizinhos ajudaram no resgate

Vizinhos ajudaram Juliana a realizar o resgate da mãe e do filho da prima dela pelo apartamento de baixo. Patrick de Andrade foi um deles, e contou que o único medo era de que a mulher acabasse caindo.

"Ela estava pendurada e escorada na caixa de ar-condicionado. Ela estava cansada, mas conseguia se manter, então foi mais o trabalho de ir tranquilizando ela, pois nosso medo era ela tentar descer, a gente não conseguir pegar e ela cair", contou o vizinho.

Patrick mora no mesmo andar em que o fogo começou. Ele e a esposa estavam se arrumando para ir trabalhar, quando ouviram gritos e saíram para ver o que havia acontecido. Quando chegaram ao corredor, viram uma fumaça preta saindo do apartamento vizinho - que estava com a porta trancada.

Quando uma das moradoras do apartamento voltou, conseguiu abrir a tranca. Entretanto, o fogo havia tomado o imóvel.

"A gente tentou socorrer com extintor, mas estava bem alto. Aí fomos acordando os vizinhos. Eu peguei meu cachorro e até inalei um pouco de fumaça, mas está tudo bem. A gente só conseguiu socorrer as pessoas que saíram pela janela no andar de baixo. Foi muito rápido e muita gente envolvida", contou Patrick.

Imagens mostram como ficou apartamento após incêndio no PR.

Outros feridos

Além de Juliane, Sueli, mãe dela de 51 anos, teve queimaduras graves no rosto, braços, pernas e inalou fumaça. Ela também teve as vias respiratórias queimadas e está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). No domingo (19), o Hospital São Lucas, de Cascavel, informou que estão reduzindo os sedativos dela gradativamente.

O menino de 4 anos, filho da prima de Juliane, teve queimaduras no quadril, nas pernas, nas mãos e no rosto. Ele também inalou fumaça e foi transferido ao Hospital Evangélico Mackenzie, de Curitiba. Nesta segunda, a unidade disse que ele está estável e deve realizar troca de curativos.

O sargento Edemar de Souza Migliorini, que ajudou no resgate, sofreu queimaduras de terceiro grau. Ele recebeu alta neste sábado (18). Em um vídeo enviado à RPC, o bombeiro comentou a situação e agradeceu pelo apoio recebido.

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