CE/LD
ImprimirDados do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), do governo do Espírito Santo, baseados na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), apontam que Mato Grosso do Sul teve reduções nas taxas de pobreza e pobreza extrema, no último ano.
O Estado saiu de 21,3% de pessoas que viviam na linha de pobreza em 2022, ou seja, que viviam com até R$ 664,02 por mês, para 19,3% no ano passado. A redução foi de apenas 2%, uma das menores do país, que teve redução de 4,2% em um ano. Apenas o Acre teve um aumento na taxa de pobreza, de 0,4%.
Já a taxa de pobreza extrema, que diz respeito a pessoas que vivem com até R$ 208,42 mensal, caiu de 2,7% para 2% no Estado, representando uma redução de 0,7%, enquanto a redução do Brasil foi de 1,5%.
O Distrito Federal e Rondônia foram as unidades da federação que apresentaram um aumento da extrema pobreza, de 0,2% e 0,3%, respectivamente.
O índice de pobreza extrema de 2% vai de encontro com a promessa que o governador Eduardo Riedel (PSDB), fez no início desse mês, durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao Estado.
“Nós temos a terceira menor taxa de desemprego do país, mas o que mais nos orgulha é que nós estamos indo para a segunda menor taxa de pobreza extrema desse país e eu vou acabar esse mandato erradicando a pobreza extrema do Mato Grosso do Sul”, garantiu Riedel durante seu discurso em evento realizado na visita do presidente.
Entretanto, apesar de Mato Grosso do Sul ter uma das menores taxas de extrema pobreza do país, o Estado é o 5° nesse ranking. Rio Grande do Sul e Goiás tem o menor índice de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza, de 1,3%. Santa Catarina, com 1,4% e o Distrito Federal, com 1,9% também estão na frente de MS em relação aos menores índices.
Já a respeito da linha de pobreza, o Estado saiu do 6° lugar no ranking das menores taxas do país, para o 8° lugar. Isso porque, MS teve a 4ª menor redução da pobreza, enquanto outros estados tiveram índices mais expressivos, como Rio Grande do Sul, que conseguiu diminuir 2,4% e o Amapá, que teve a maior redução, de 14,8%.
Mesmo com reduções não tão expressivas quanto outros estados, Mato Grosso do Sul é um importante aliado na pauta governamental de diminuir desigualdades no país. Em janeiro deste ano, o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, afirmou que MS seria o primeiro estado a sair do Mapa da Fome no Brasil.
Levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informa que MS também registrou queda na taxa de insegurança alimentar. O estudo feito no quarto trimestre de 2023, e aponta que 4,04 % das pessoas no Estado vivem em insegurança alimentar grave, 15,11% com insegurança alimentar moderada e 21,75% com insegurança alimentar leve.
Ao todo, o Instituto aponta que há 27 mil domicílios no Estado que precisaram cortar alimentos até para as crianças da família. Mesmo assim, MS tem um dos melhores índices de segurança alimentar do país, com 78,2% das residências nessa situação, ocupando o 7° melhor lugar no ranking entre as unidades da federação.
POPULAÇÃO
Em novembro do ano passado um incêndio de grandes proporções atingiu a comunidade do Mandela, em Campo Grande, e até hoje, famílias aguardam moradia da prefeitura e auxílio social.
Jaqueline Soares da Silva de 40 anos, mora com mais seis pessoas na comunidade e é uma das moradoras que aguarda uma casa, mesmo que a sua não tenha sido atingida pelo incêndio.
Já Maria Gabriele Mendes, de 18 anos, também mora no Mandela com sua família, de cinco pessoas, e relata que se sente “isolada”, já que outros moradores, atingidos pelo incêndio, conseguiram casa fora do local, e alguns “ficaram”.
“As fossas ficaram abertas, deu muito caso de dengue aqui, e aí abriu mais buracos nos barracos, entra água no chão, ficou mais difícil (depois do incêndio)”, relata Maria. Ela e a família informam que a ajuda da prefeitura que recebiam acabou após o incêndio, mas que foi prometido pelo executivo municipal que eles iriam para o mesmo local que os demais atingidos pela tragédia.
Maria Gabriele fez registro na Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários (Amhasf), e também aguarda a moradia. Enquanto isso, ela e o marido dividem as despesas da casa para sustentar a família.
“Tinha verdura, agora o que está tendo ainda é o leite, a verdura é de vez em quando, mas tinha toda a semana. Dia de sábado tinha lanche das crianças, e agora cortou também. Já não é mais como antigamente, que era aquela comunidade. A sensação é de ter uns escolhidos”, disse a moradora.
“Para trabalhar é difícil e complicado”, comenta Jaqueline, que tem deficiência auditiva. A moradora informa que vive com doações, de alimentos e roupas, e entre as dificuldades na comunidade destaca a falta de cuidados, já que a limpeza da prefeitura não chega no local, e tem muitos mosquitos da dengue e outros bichos como escorpião e cobra.
Auxílios são fundamentais na redução de taxas de pobreza e insegurança alimentar. O governo do Estado informa que investe anualmente cerca de R$ 700 milhões do orçamento em programas sociais e repasses para a população de baixa renda, e ainda salientou que vem adotando iniciativas para melhorar a vida das pessoas, “reduzindo o custo de vida e oferecendo oportunidades” como empregos.
Entre as medidas está o programa Mais Social, que repassa R$ 450 mensais para famílias de baixa renda, que podem utilizar esse recurso com alimentação e produtos de higiene, por exemplo.