Quinta-Feira, 25 de Abril de 2024
Cidades
21/03/2017 17:13:00
Moradores constroem bondinho para atravessar rio após chuva levar ponte
Custo do equipamento foi de R$ 1 mil, que foi dividido entre os moradores. Ponte em distrito de Cuiabá foi destruída em novembro de 2016.

G1/PCS

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Bondinho é usado para travessia do Rio Coxipó, em Cuiabá (Foto: Reprodução/TVCA)

Moradores do Distrito do Coxipó do Ouro, em Cuiabá, construíram um bondinho para atravessarem o Rio Coxipó, depois da ponte ter sido levada durante uma chuva forte. O nível do rio subiu e a ponte foi levada pela água, em novembro do ano passado. Eles tiveram a ideia de construir o meio de transporte improvisado para a travessia, depois de uma semana ilhados.

O funileiro Jacildo Rodrigues da Silva, que usa o equipamento para atravessar o rio todos os dias, afirma que o bondinho é seguro e que não representa perigo. "Os cabos são reforçados. Ele [bondinho] tem capacidade para 500 kg", contou.

Jacildo também explica que um dos motivos da construção do equipamento era proteger os familiares de possíveis afogamentos, como já ocorreu com a mulher dele. "Teve um tempo que a chuva estava muito forte e o rio aumentou rapidamente. A minha esposa estava atravessando, quando a correnteza a puxou. Ela conseguiu se segurar em uma árvore para sair do rio", explicou.

A construção do bonde custou de R$ 1 mil. O valor foi dividido entre os moradores da região. Apenas a passagem de pedestres pode ser feita. Desse modo, para a passagem de motocicletas outra ponte foi construída, também de forma improvisada, no mesmo trecho.

Segundo o lavrador Adão Pereira Nunes, os pilares da ponte, que foi levada pela enchente, nunca tinham sido trocados e que, durante o súbito aumento do volume de água do rio, foram destruídos.

Como bondinho é só para pedestres, passarela foi construída para a passagem de motociclistas (Foto: Reprodução/TVCA)

"Antes dela cair, colocavam algumas tábuas, que também foram embora. Os pilares dessa ponte nunca tinham sido trocados e, com essa enchente, os pilares também foram levados", contou. Ele afirmou que vários ofícios foram encaminhados à prefeitura da capital para a construção da ponte, mas que até agora nada foi feito.

Os estudantes que moram na região explicam que, com queda da ponte, a van escola também parou de passar no distrito. Com isso, eles atravessam o rio utilizando o bonde, como é o caso da estudante Clara Pereira da Silva de 11 anos. "Usamos o bondinho, mas sempre chegamos atrasados na aula", disse.

Laíza Ferreira, de 13 anos, mora a 7 km do local onde a van escolar passa, Ela teve que parar de estudar. "Isso a prejudicou muito. Ela está no 6º ano e não terminou. Como mãe, me sinto muito mal", disse Regiane Ferreira, mãe de Laíza.

Equipamento suporta até 500 kg, segundo morador (Foto: Reprodução/TVCA)
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