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Cidades
13/08/2019 10:17:00
Pré-candidatos milionários têm vantagem nos partidos
Na Capital, cinco dos que tem planos de ser prefeito, têm patrimônio superior a R$ 1 milhão

CE/PCS

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Desde que as doações de empresas para campanhas eleitorais foi proibida, os partidos políticos passaram a dar preferência para políticos já conhecidos, com apelo para puxar votos, e também para aqueles com mais renda e patrimônio. Em Campo Grande, por exemplo, pelo menos cinco pré-candidatos têm patrimônio superior a R$ 1 milhão.

A julgar pelo desempenho nas últimas eleições, estes candidatos cumprem os requisitos de ter um nome conhecido, e também, uma reserva financeira. Um deles é o atual prefeito da Capital, Marcos Trad (PSD), que deve tentar a reeleição para o cargo no ano que vem. No último pleito, por exemplo, ele declarou ter R$ 1.400.126,51 em bens.

Também integram a lista o ex-governador de Mato Grosso do Sul e ex-deputado federal, José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, proprietário de R$ 3,7 milhões em bens. O promotor Sérgio Harfouche (PSC) declarou ter R$ 3,2 milhões em bens também tem se posicionado entre os possíveis candidatos a prefeito. O deputado federal Beto Pereira, que tenta viabilizar sua candidatura no PSDB, afirma contar com R$ 2,74 milhões em bens. Os valores foram obtidas por meio de consultas ao Tribunal Superior Eleitoral.

Estes pré-candidatos, caso consigam se viabilizar em seus partidos, também terão acesso aos recursos do fundo partidário. Neste quesito, por exemplo, leva vantagem os partidos mais votados nas últimas eleições, caso do PSL e do PT, por exemplo, e também de legendas que sempre contam com um valor maior para dispor, como DEM, PSDB e MDB.

Nas últimas eleições, por exemplo, o teto de recursos em Campo Grande se aproximou dos R$ 6 milhões. Foi um dos dez maiores do Brasil na ocasião. Pelas regras atuais, todas as despesas, desde que não ultrapassem o teto definido para o cargo pleiteado, poderão ser pagas pelo próprio candidato.

O Correio do Estado apurou com os dirigentes partidários que a expectativa de arrecadação para a próxima eleição é maior. Em primeiro lugar, porque o fundo partidário terá mais dinheiro. A Lei de Diretrizes Orçamentárias que será votada pelo Congresso, por exemplo, prevê R$ 3,7 bilhões para os partidos em 2020, R$ 2 bilhões a mais que no ano passado, quando as eleições eram gerais, mais caras e abrangentes.

Não-milionários

Entre pré-candidatos que não tem seis dígitos em suas contas bancárias estão a deputada Rose Modesto (PSDB), dona de um patrimônio declarado de R$ 283.563,76. Neste grupo ainda aparece o pré-candidato do PSL, deputado estadual Renan Contar, que declarou ter apenas R$ 80 mil (uma motocicleta).

Ele é capitão do Exército. Mesmo novato na política foi o campeão de votos 78.390 nas eleições do ano passado. Contar mesmo com patrimônio declarado ínfimo perto dos outros pré-candidatos deverá ter um forte financiamento por traz, pois a sigla que tem como expoente máximo o presidente Jair Bolsonaro já disse que vai investir nas eleições municipais nas capitais brasileiras.

Máquina

Outro quesito que leva em conta nas eleições é ter o poder da máquina pública em suas mãos. Esse é o caso de Marcos Trad que já disse que o seu maior cabo eleitoral para sua reeleição é a sua gestão à frente da prefeitura de Campo Grande.

Se o acordo vigente com o governador Reinaldo Azambuja durar até as próximas eleições, Trad poderá ter ainda o apoio de outra máquina, ainda mais poderosa: o governo do Estado.

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