Sexta-Feira, 26 de Abril de 2024
Ciência e Saúde
05/03/2017 11:26:00
‘Cannabis’ no quintal: cresce cultivo para tratar epilepsia
Os efeitos colaterais da maconha medicinal são benignos: só provocam polêmica

Veja/PCS

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Cassiano Teixeira, em seu laboratório em João Pessoa: o óleo de Cannabis que beneficia 300 doentes (Foto: Leo Caldas)

O estudante de farmácia Cassiano Teixeira, Em uma casa de João Pessoa, na Paraíba, cultiva 100 pés de Cannabis sativa, a planta da maconha. A partir deles, produz o óleo de Cannabis.

A cada mês, 30 litros da substância são enviados para o consumo de 300 crianças e adolescentes doentes, portadores de epilepsia, de diversos estados brasileiros. É uma rotina que está ficando cada vez mais comum no Brasil.

O óleo de Cannabis tem propriedades terapêutica e não altera o estado mental, como ocorre com o cigarro de maconha, devido à proporção de seus componentes. O canabidiol, principal composto do óleo, é eficaz no controle de surtos epilépticos — as convulsões.

Dos cerca de 600.000 brasileiros epilépticos, 30% não respondem aos anticonvulsivantes convencionais. Para eles, o extrato da maconha representa uma esperança.

Cultivar Cannabis, seja qual for o objetivo, é proibido no Brasil. Mas, desde novembro de 2016, três famílias conseguiram autorização judicial para manter uma plantação doméstica e, a partir dela, produzir o medicamento. A da advogada carioca Margarete Brito foi a pioneira.

A filha Sofia, de 8 anos, sofre de crises de epilepsia associadas a uma doença de origem genética. O problema não cedia aos medicamentos convencionais. O óleo de Cannabis foi uma bênção: aplacou 60% dos surtos. Os efeitos colaterais da maconha medicinal são benignos: só provocam polêmica.

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