Quinta-Feira, 25 de Abril de 2024
Ciência e Saúde
24/07/2020 12:50:00
Média de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave volta a subir no Brasil
Pico de SRAG foi em maio; ocorrências caíram em junho e, este mês, aumentaram. Boletim alerta para riscos da flexibilização. Sistema Infogripe explica que SRAG está ‘extremamente ligada’ à Covid-19.

G1/PCS

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Os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) voltaram a subir no Brasil, segundo o levantamento do Sistema Infogripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

O boletim mais recente do Infogripe alerta que “a flexibilização das medidas de distanciamento social facilita a disseminação de vírus respiratórios e, portanto, pode levar a uma retomada do crescimento no número de novos casos”.

Entenda os números do Infogripe

A Fiocruz cataloga os casos somados em cada semana e daí extrai a média móvel.

Essa média móvel é calculada com os dados de três semanas e corrigido pela estimativa, pois é levada em consideração a demora na atualização dos casos -- há pacientes cujo registro leva 20 dias para entrar no sistema.

Segundo o Infogripe, o pico de SRAG no Brasil foi no dia 2 de maio, com 15.873 registros.

Ao longo de maio, o número foi caindo e chegou a 12.784 pacientes na primeira semana de junho.

No mês passado, os casos semanais foram aumentando aos poucos e, na semana do dia 27, somaram 13.718.

Em julho, os registros oscilam, mas num patamar acima do anotado mês passado. No dia 11, foram 13.483 pacientes na 28ª semana epidemiológica.

Pesquisador e coordenador do Infogripe, Marcelo Gomes

Nem toda SRAG é Covid-19, apesar dos sintomas em comum. Mas, nesta pandemia, segundo o pesquisador e coordenador do Infogripe, Marcelo Gomes, a síndrome “está extremamente ligada” ao novo coronavírus.

Gomes explica ainda que a maioria dos pacientes com SRAG este ano testou positivo para o coronavírus.

Os dados do Infogripe também levam em conta pacientes que já tiveram diagnóstico confirmado para Covid-19 e outros com sintomas que podem indicar a presença do vírus.

Para Gomes, a volta do crescimento é uma “combinação de diversos fatores”.

“Tem o clima, tem a questão da flexibilização. O fato epidemiológico é que maior interação facilita a transmissão de doenças respiratórias”, afirmou o pesquisador.

Gomes cita ainda o processo de interiorização da Covid nos estados.

“Voltando a aumentar o número de casos, vamos ter umas três a quatro semanas até isso se traduzir em aumento de óbitos, porque é o tempo da pessoa se contaminar, agravar os sintomas e infelizmente vir a óbito”, emendou.

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