A busca pela perfeição e a insatisfação com o corpo fez a dançarina de funk\n Zulmariana Chareet Oliveira, de 26 anos, mais conhecida como Mary Morena,\n marcar intervenções cirúrgicas estéticas na sexta-feira (16).
Horas depois do\n procedimento, ela morreu, ainda no centro médico onde foi operada, na Barra,\n Zona Oeste do Rio. Amiga de Mary, a funkeira Thamires Bastos revelou ao G1\n nesta segunda-feira (19) algumas mensagens trocadas no celular com a dançarina,\n onde ela dizia temer a nova cirurgia.
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\n “Fui ao médico hoje, vou ter que refazer tudo. Estou muito nervosa e triste.\n Vou ter que fazer tudo de novo. Abdominoplastia [plástica na barriga],\n mamoplastia [cirurgia nos seios]. Ele [médico] disse que só mexeria em mim se\n fosse pra fazer tudo de novo”, escreveu a dançarina semanas antes de realizar a\n lipoaspiração e colocar uma nova prótese de silicone. O médico responsável pela\n cirurgia afirmou que Zulmariana teria omitido dados importantes antes da\n operação. Segundo Luiz Antônio Lima, a funkeira havia feito uso de\n anabolizantes, de termogênicos [usados para emagrecer e malhar] e injetado\n silicone no glúteo e nas coxas sem contar ao cirurgião nas consultas\n pré-operatórias.\n \n Thamires Bastos, que também havia marcado uma operação com o médico,\n contesta a versão. “Ela fez uso de estigor [anabolizante] há muito tempo.\n Inclusive eu conheço uma menina que fez a operação com ele, usa anabolizante, e\n não deu nenhum problema. Ele está querendo tirar a responsabilidade dele,\n porque ela não tem como se defender”, atacou.\n \n Thamires, que é integrante do grupo Mc Thamy e as Delícias, onde Zulmariana dançava,\n disse que conheceu a amiga há três anos, através da internet. Ela contou que as\n duas procuraram o médico juntas e tinham boas referências, como a dançarina\n disse nesta mensagem de áudio, enviada pelo telefone.\n \n “Foi o mesmo cirurgião que operou a Marcely Ferrari também. Vi agora aqui no\n bate papo. Porque mês passado eu tinha perguntado a ela qual era o cirurgião\n dela, se ela tinha o número. Ela falou que o número ela não tinha, mas que o\n nome era Luiz Fernando Correia de Lima", disse, confundindo o nome do\n médico Luiz Antônio.
"Aí eu joguei agora no Google, e é o mesmo cirurgião\n da Neidinha, da Cristine Flantista, da Maísa. É aquele que eu fui ontem. Pô,\n mais uma pessoa que fez com ele e ficou maneiro” disse Mary na mensagem de voz\n enviada pelo Whatsapp. Em outra troca de mensagens entre as amigas, Mary\n explica o motivo de ter deixado o grupo e fala sobre a insatisfação com seu\n corpo. “Thamy, não tem como eu firmar compromisso com você agora. Eu não vou\n pegar uma responsabilidade e não poder cumprir com o compromisso. Eu quero e\n vou voltar a dançar, mas não agora. Não to feliz com meu corpo”, escreveu.
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\n Luiz Antônio Lima diz que não pode afirmar que os medicamentos ingeridos –\n anabolizantes ou termogênicos – ou os procedimentos de injetar silicone são a\n causa da morte, mas é uma "possibilidade".
Segundo ele, a operação\n correu dentro do esperado e a paciente chegou a sair do centro cirúrgico para\n conversar com familiares. Cerca de cinco horas depois, no entanto, ainda no\n leito da recuperação de pós-anestesia (RPA), Mary começou a apresentar\n "hipotensão, pressão baixa, bradicardia". O enfermeiro, então, chamou\n o anestesista e começaram a fazer o atendimento. "Ela foi entubada,\n desfibrilada e recebeu medicação para aumentar os batimentos cardíacos, mas não\n resistiu", contou.
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\n Causa “desconhecida”
\n A direção do Centro Médico da Barra, onde foi realizado o procedimento,\n informou no domingo (18), por meio de nota, que a causa da morte ainda é\n desconhecida e que o médico responsável não integra o corpo clínico.
Segundo a\n instituição, ele seria locatário do centro cirúrgico para a realização de\n procedimentos em seus pacientes. De acordo com nota, o centro médico adotou\n todos os procedimentos necessários e disponibilizou toda a infraestrutura para\n o socorro da paciente. O documento ressaltou ainda que a unidade tem todos os\n equipamentos para atendimento de emergências.
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\n “É importante registrar que além de contar com todos os equipamentos\n necessários para o atendimento de emergências e o ressuscitamento de pacientes,\n a clínica ainda mantém com o Hospital Cardiobarra, localizado na mesma rua, em\n frente, um contrato de prestação de serviços para a remoção de pacientes quando\n necessário. No entanto, é importante lembrar que, no momento de ocorrências\n como a registrada com Zulmariana, a prioridade deve ser para o atendimento da\n paciente e para a sua estabilização para só então proceder com a remoção”,\n informou a nota.\n \n Enterro
\n O corpo da dançarina de funk foi enterrado às 11h45 de domingo (18), em Ricardo\n de Albuquerque, no Subúrbio. O namorado de Zulmariana Oliveira, Wallace\n Valadares, disse que ia pedir a jovem em casamento no dia do aniversário dele,\n 6 de julho. "O tempo todo ela estava sorrindo, a gente brigava e voltava\n sempre muito bem. Na verdade, ela estava sempre sorrindo para vida. A gente\n tinha planos de casar. Eu ia pedi-la em casamento no dia do meu aniversário. Eu\n já estava vendo as alianças, ia ser uma surpresa pra ela. A gente ia comprar\n uma casa juntos, já tínhamos o dinheiro guardado", revelou.\n \n \n