Domingo, 8 de Junho de 2025
Ciência e Saúde
15/08/2013 09:00:00
Pacientes defendem liberação no país de remédio para tratar câncer de medula
O debate ocorreu na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados.

Agência Brasil /AB

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\n \n Deputados federais e médicos discutiram hoje (15) a negativa da\n Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em autorizar o registro de\n medicamento com a substância lenalidomida, que é usada no tratamento de\n pacientes com mieloma múltiplo, um tipo de câncer de medula óssea. O debate\n ocorreu na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados. \n \n O médico e diretor de políticas públicas da Associação Brasileira\n de Linfoma e Leucemia (Abrale), Dirceu Raposo Mello, defendeu o uso da substância\n com monitoramento e controle por parte das autoridades. “Tem pacientes que vão\n à Justiça e conseguem o tratamento, aí o SUS [Sistema Único de Saúde] importa”.\n E acrescentou: “O quê fazer? A revisão do ato [da Anvisa] e a autorização do\n uso no país”, disse. Ele relatou na comissão que, atualmente, mais de 80 países\n no mundo usam a substância para tratamento de pacientes com mieloma múltiplo. \n \n A lenalidomida é indicada para os pacientes que já não respondem\n aos remédios usuais ou abandonam o tratamento por causa dos efeitos colaterais\n provocados pela talidomida, entre eles, formigamento nas mãos e nos pés. Apesar\n do mieloma múltiplo ser incurável, o medicamento serve para amenizar os efeitos\n da doença. A lenalidomida integra o mesmo grupo da talidomida (usada no país\n para o tratamento de aids, lúpus, da hanseníase, de doenças crônicas e de\n câncer). \n \n Ao indeferir o pedido de registro de medicamento contendo\n lenalidomida, em dezembro de 2012, a Anvisa informou manter os argumentos\n usados em ocasiões anteriores como a apresentação de estudo comparando o\n medicamento a base de lenalidomida com tratamento envolvendo placebo e falta de\n consistência do plano de controle sobre os riscos relacionados à droga, que é\n análoga da talidomida. \n \n A diretora do Departamento de Gestão e Incorporação de Tecnologias\n em Saúde do Ministério da Saúde, Clarice Petramale, destacou que é preciso ter\n cautela antes de liberar o uso e incorporar o medicamento com lenalidomida ao\n SUS. “Queremos que haja comprovação das evidências, que a empresa que produz o\n medicamento e propõe o registro do medicamento no Brasil prove o que está\n dizendo. Não basta dizer que melhora os pacientes, precisamos ver os estudos\n clínicos para ver se o comparador foi correto, quantos por cento melhoraram”, disse.\n \n \n Adalberto Romar faz tratamento para o mieloma múltiplo e relatou,\n durante a audiência, as dificuldades enfrentadas em função da doença. Ele pediu\n ao governo federal que autorize a entrada no país de medicamento com\n lenalidomida. “Exigimos do governo federal uma saída. Dê a nós condição de\n tratar”, disse. \n \n O deputado Fernando Francischini (PEN-PR), um dos responsáveis\n pela convocação do debate, disse que a Anvisa foi convidada para participar,\n mas respondeu por ofício e não enviou representante. Já a Anvisa informou que\n não pode prestar informações sobre o remédio em audiência pública. De acordo\n com a agência reguladora, a empresa reponsável pelo medicamento solicitou que o\n julgamento de recursos fosse feito em sessão fechada. "Assim para prestar\n as informações, a Anvisa necessitaria de autorização expressa da empresa Zodic\n Produtos Farmacêuticos S/A, pois os dados do estudo pertencem à empresa e\n envolvem informações sobre o processo produtivo do produto. Para que as Anvisa\n faça os esclarecimentos seria necessário expor tais dados. Este documento foi\n entregue ao deputado Fernando Francischini antes da audiência", diz a\n nota. \n \n \n \n \n
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