Domingo, 8 de Junho de 2025
Ciência e Saúde
26/08/2020 11:36:00
Prefeitura prepara mutirão de exames e cirurgias eletivas para o pós-pandemia

Correio do Estado/LD

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Em razão da pandemia de Covid-19, todas as cirurgias eletivas e as consultas que não eram de emergência foram paralisadas em Campo Grande e também no interior de Mato Grosso do Sul.

Por causa disso, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) já se prepara para o pós-pandemia, quando a quantidade de cirurgias eletivas ofertadas deverá aumentar, assim como a de exames.

De acordo com o secretário de Saúde da Capital, José Mauro de Castro Filho, a Pasta já pensa no que deverá ser feito quando a situação da pandemia do novo coronavírus não estiver grave na cidade.

“No sistema público como no privado, houve contingência de estrutura, leitos e CTIs [centros de tratamento intensivo], e houve a necessidade de suspensão de diversos serviços por um determinado período de tempo, como, por exemplo, os ambulatórios e os exames, até mesmo pelo risco que existe nesses procedimentos de uma contaminação da doença. Então houve suspensão de cirurgias eletivas, de exames... Então tudo isso tem de envolver o pós-pandemia”.

Castro explicou que devem ser abertas “linhas de cirurgias eletivas, de exames e procedimentos” quando for possível: “Estão represados ao longo deste ano pelo risco de contaminação.

Um exemplo é o ambulatório de especialidade, que ficou fechado por alguns meses e ainda está fechado para pacientes de fora de Campo Grande”.

Contingenciamento O risco de contrair a Covid-19, seja no transporte dessas pessoas, que geralmente são idosas, seja pelo risco de infecção no próprio ambiente hospitalar, fez que com a determinação do fechamento fosse mantida, principalmente agora que a cidade se tornou o epicentro da doença no Estado.

“Essa estratégia de contingenciar esses serviços tem um efeito que é o aumento da necessidade agora de exames e de cirurgias eletivas em determinadas linhas de cuidado”, reforçou o secretário.

Antes da parada de oferta desses serviços em razão da pandemia, a Sesau estimava que haviam cerca de quatro mil pessoas na fila por uma cirurgia eletiva na Capital. Entretanto, com esse intervalo, a Sesau afirma que será necessário fazer um novo levantamento para descobrir qual o real número de pacientes que precisam de um procedimento.

Outro ponto abordado pelo secretário foi a manutenção de contratos com alguns hospitais para que essas cirurgias sejam feitas.

“Eu vou precisar do contrato com o [Hospital do] Câncer, está ampliando uma torre lá, vou precisar do contrato com o [Hospital Adventista do] Pênfigo para fazer as cirurgias eletivas lá”.

Orçamento A Pasta frisou que, apesar dessa intensificação nas eletivas no pós-pandemia, a fila certamente não será zerada, mas a expectativa é a de que, quando houver essa ampliação da capacidade de atendimento, esses procedimentos sejam feitos em tempo mais célere.

Para que tudo isso ocorra, porém, Castro afirmou que será necessário se adaptar ao orçamento que a Saúde terá depois que a emergência sanitária terminar.

“Vou ver aqueles lugares que eu tenho a possibilidade de manter e o que vou conseguir executar no pós-pandemia, que são as cirurgias eletivas, os exames e o ambulatório de especialidade. O que vou direcionar é para que tenha essa estrutura. Isso é uma análise que tenho de fazer junto com a questão do financiamento da época, que não consigo fazer agora. Eu tenho a intenção, mas na época vou ver de onde vai sair o dinheiro”, antecipou.

Ainda segundo o secretário, a quantidade de internações tem se estabilizado em Campo Grande, e, em razão deste motivo, a prefeitura aumentou o número de pacientes vindos de fora da cidade para outras especialidades que não a Covid-19.

“Nós passamos de 20% para 35% de todas as causas. É uma posição nossa em atender esses pacientes e uma determinação do prefeito, de que todos os pacientes sejam atendidos, seja de Campo Grande, de outras cidades, estados ou países. Todos que aqui chegarem vão ser atendidos”, disse Castro.

Resolução As cirurgias eletivas estão suspensas pelo governo do Estado desde o dia 23 de março em toda a rede pública de saúde e também na rede conveniada.

Apenas os procedimentos cardíacos, oncológicos e aqueles que possam causar danos permanentes ao paciente caso não sejam realizados estão autorizados em Mato Grosso do Sul.

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