Domingo, 8 de Junho de 2025
Ciência e Saúde
18/07/2012 09:00:00
Siameses de MT têm infecção genital e devem ser separados em setembro
Os gêmeos siameses Cristopher Henrique e Nicolas Samuel, que nasceram no município de Primavera do Leste, a 239 quilômetros de Cuiabá, foram atendidos nesta terça-feira (17) no Hospital Geral Universitário (HGU) da capital devido uma infecção no órgão genital.

G1/PCS

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Foto: G1 MT
\n \n Os\n gêmeos siameses Cristopher Henrique e Nicolas Samuel, que nasceram no município\n de Primavera do Leste, a 239 quilômetros de Cuiabá, foram atendidos\n nesta terça-feira (17) no Hospital Geral Universitário (HGU) da capital devido\n uma infecção no órgão genital.
Os irmãos nasceram unidos pelo abdômen e estão\n com sete meses de vida. O pai das crianças, Celso Henrique dos Santos, disse ao\n G1 que os filhos sofreram uma torção nos testículos que culminou na infecção,\n sendo orientado pela equipe médica de Primavera do Leste para ser atendido na\n capital.\n \n \n \n Celso\n contou à reportagem que ao chegar no Hospital Universitário, os médicos\n avaliaram que o quadro clínico estava complicado e que uma cirurgia para a\n remoção dos testículos já deveria ter sido realizada horas antes. Isso porque\n já havia três dias que as crianças estavam com as complicações no órgão\n genital.\n \n \n \n No\n entanto, de acordo com o pai, os médicos resolveram optar por antibióticos na\n tentativa de combater a infecção nos siameses. “Os meninos tinham que receber\n atendimento nas primeiras seis horas, mas como já passou três dias, a equipe\n médica queria remover os testículos. Mas, os médicos conversaram e resolveram\n primeiro aplicar os antibióticos para combater a infecção e ver se não será\n preciso a cirurgia” informou Celso.\n \n \n \n A\n integrante da equipe de pediatria do HGU, Kallyna Barbosa Racosky, declarou ao\n G1 que não será necessário a cirurgia e que por meio dos medicamentos a\n infecção deverá ser combatida. “ Estamos ministrando os antibióticos e não será\n necessário a remoção do testículos dos irmãos”, afirmou.\n \n \n \n Além\n da complicação nos testículos, os gêmeos também passaram por um procedimento\n para a retirada de uma hérnia no intestino, no dia 28 março no Hospital das\n Clínicas, em São\n Paulo. Celso afirma que para fazer a cirurgia para retirar a\n hérnia os filhos ficaram 12 dias internados, porque durante esse período,\n tiveram uma infecção urinária e, por isso, o procedimento teve que ser adiado.\n O pai conta que a família pretendia passar três meses em Primavera do Leste até\n completar os seis meses necessários para saber sobre a separação dos bebês.\n \n \n \n De\n acordo com Lorraine Silva Monteiro, 16 anos, mãe dos gêmeos, eles vão aguardar\n dois meses para realizar a cirurgia de separação. Entretanto, até o dia da\n operação final , haverá ainda uma bateria de exames. “Vamos passar uns dois\n meses fazendo exames e depois que ocorrerá a cirurgia. Por que eles ainda vão\n colocar uma bolsa de silicone nos meninos”, relatou a mãe dos meninos.\n \n \n \n Cirurgia\n de separação\n \n A\n cirurgia de separação está agendada para o mês de setembro. A mãe contou que\n não queria que os filhos realizassem a cirurgia, segundo ela, o risco da\n operação é muito grande. No entanto, resolveu aceitar. “Depois que conheci umas\n crianças que fizeram a cirurgia e estão bem, acabei aceitando”, afirmou\n Lorraine Silva Monteiro.\n \n \n \n Além\n de viver a expectativa da cirurgia, os pais vivem o desafio de manter as\n despesas e os custos com a viagem que vão ter que fazer no próximo mês,\n novamente a capital paulista. A dificuldade vem do fato de a família contar\n apenas com o salário de frentista do pai das crianças como única fonte de\n sustento da casa. A viagem já faz parte da rotina da família e é necessária\n para o acompanhamento da saúde dos bebês.\n \n \n \n União\n \n Os\n bebês são unidos da cintura para baixo, têm braços independentes, mas possuem\n apenas duas pernas. Apesar de o tratamento ser oferecido gratuitamente em um\n hospital universitário em\n São Paulo, os pais não têm condições financeiras de se\n manter. Em entrevista à reportagem, o pai dos gêmeos afirmou que o seu salário\n é de R$ 800. “Por enquanto nós estamos dependendo de ajuda da população, que\n têm contribuído bastante” afirmou Celso Henrique dos Santos.\n \n \n \n A\n deficiência foi descoberta durante os três meses de gravidez da mãe das\n crianças. Quando foi identificado que os bebês estavam sendo formados juntos, a\n família que morava em Juara, a 690 quilômetros da capital, resolveu se mudar\n para Primavera do Leste. “Lá em Juara não tinha médico que pudesse acompanhar a\n gravidez. Então, viemos para Primavera, mas os médicos daqui encaminharam a\n minha mulher para São Paulo”, afirmou Celso, ao falar sobre a complexidade do\n caso.
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