\n \n O Sistema Único de Saúde (SUS) irá oferecer, até o segundo\n semestre de 2013, um teste rápido para diagnosticar a tuberculose. O GeneXpert,\n além de detectar a doença em duas horas, também identifica a resistência ou não\n ao antibiótico usado no tratamento da tuberculose (rifampicina), o que facilita\n a prescrição também mais ágil e correta do tratamento da doença.\n \n Segundo o Ministério da Saúde, a análise é automatizada, sem a\n necessidade de manuseio das amostras pelo profissional de saúde. Isto diminui o\n risco de contaminação. Desde fevereiro, 13.307 testes experimentais já foram\n realizados em Manaus (AM) e no Rio de Janeiro (RJ). Dos exames feitos,14,2%\n deram positivos.\n \n No teste tradicional (a baciloscopia do escarro), o resultado sai\n em 24 horas. No entanto, são necessários 60 dias para realizar o cultivo da\n microbactéria e mais 42 dias para se obter o diagnóstico de especificidade e\n sensibilidade à rifampicina, que não ultrapassam 60% a 70% de precisão. Com o\n novo método, os índices de sensibilidade são de 92,5% e o de especificidade\n chegam a 99%.\n \n De acordo com o coordenador adjunto do Programa Nacional de\n Controle da Tuberculose, Fábio Moherdaui, o teste rápido além de aumentar os\n percentuais de detecção segura da doença para o tratamento precoce, trará maior\n agilidade no diagnóstico da chamada “tuberculose resistente” e,\n consequentemente, permitirá uma redução da morbidade e mortalidade. "A\n agilidade na descoberta da doença vai evitar com que ela seja transmitida nas\n populações com maior vulnerabilidade social", afirma.\n \n A tuberculose é uma doença que deve ser tratada corretamente. Em\n média, com seis meses a pessoa já está curada. Entretanto, antes deste período,\n cerca de 9% dos contaminados desistem do tratamento devido à melhora aparente\n na tosse e febre. O abandono do tratamento é chamado de indução da resistência\n - bactérias que sobrevivem ao antibiótico, ficam mais resistentes, se\n multiplicam e são transmitidas. Com isso, a possibilidade de tratamento\n diminui, podendo até levar à morte do indivíduo.\n \n "No Brasil, a transmissão da doença é muito baixa, apenas 1%,\n mesmo assim devido à falta de conhecimento. A tuberculose é uma questão social\n muito importante, que atinge principalmente regiões com maior vulnerabilidade\n social. Porém, se a população recebesse mais informações de profissionais da\n saúde, este número seria nulo", explica Moherdaui. \n \n Dados do Ministério da Saúde indicam que, no ano passado, foram\n registrados 71.337 casos de tuberculose. A incidência da doença estava em torno\n de 37,1 novos casos a cada 100 mil habitantes, abaixo dos números de dez anos\n antes, quando a proporção estava em 42,8 por 100 mil habitantes. Neste período,\n a quantidade aproximada de óbitos pela doença foi de 4,6 mil.\n \n O estudo sobre a viabilidade do uso do teste foi financiado pela\n Fundação Bill amp; Melinda Gates, com investimento de 1,8 milhão de dólares.\n Depois de Manaus e do Rio de Janeiro, o projeto seguirá para as cidades que\n apresentam maior incidência da doença, como Recife e Porto Alegre. Ao longo do\n ano de 2013, o teste será implantado em todas as capitais e em cerca de outros\n 40 municípios.\n \n \n \n \n