Quinta-Feira, 25 de Abril de 2024
Ciência e Saúde
05/08/2020 14:00:00
Werther enfrenta o desafio de trazer Davi ao mundo depois de Fanny vencer o Coronavírus
Parto foi realizado no Hospital Regional Álvaro Fontoura, em Coxim

Sheila Forato

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Com 41 anos de experiência, o ginecologista e obstetra de Coxim, Werther de Araújo, foi desafiado pela profissão, mais uma vez. Nesta terça-feira (4), com a calma de quem já fez quase cinco mil partos, ele entrou num dos centros cirúrgicos do Hospital Regional Álvaro Fontoura para fazer uma cesariana diferente, de uma grávida que testou positivo para Coronavírus (Covid-19).

Foto: Arquivo Pessoal

Foi o primeiro parto nessa condição realizado em Coxim, pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Apesar da cesariana ter sido feita com 40 semanas de gestação, Werther confessou que foi um parto diferente, definido por ele como especial pelos cuidados redobrados para garantir a segurança de todos, mãe, filho e da equipe.

Foto: Arquivo Pessoal

As diferenças são visíveis e começam pelos equipamentos de segurança da equipe. Quem vê a foto tem a impressão que médicos e técnicos de enfermagem entrariam num foguete em vez de um centro cirúrgico. “Foi o primeiro desafio, pois toda essa vestimenta influencia na mobilidade da equipe num parto que precisava ser feito no menor tempo possível”, explicou o obstetra.

Segundo Werther, uma cesariana leva em média 40 minutos. Nesta, a equipe reduziu o tempo em 50%, pois, uma das metas estabelecidas no plano de parto era evitar ao máximo a perda de sangue da mamãe, evitando também a possibilidade de trombose, que tem sido causa de mortes entre grávidas e puérperas infectadas pelo Coronavírus.

Correu tudo bem, 20 minutos depois de ser anestesiada por Fabiana Volpiani, que acompanha de perto o tratamento de pacientes com a doença, a mamãe Fanny Menny Ferreira Rezende, de 38 anos, ouviu o chorinho de Davi pela primeira vez. Ele nasceu às 10h24, com 50 centímetros, 3.350 quilos e sem Coronavírus.

Foto: Arquivo Pessoal
Foto: Arquivo Pessoal

Mãe e filho continuam em observação, isolados no Hospital Regional e recebendo cuidados e carinho de toda equipe médica e de enfermagem. Ao conversar com o Edição MS, Fanny era só gratidão. “Coxim está de parabéns. Só tenho motivos para agradecer. Tive muito medo, fiquei angustiada, mas fui bem acolhida desde o diagnóstico, recebi um acompanhamento maravilhoso para o tratamento e muito cuidado por parte dos profissionais que fizeram meu parto”, comentou Fanny, que é professora.

Ela relatou que foi diagnosticada com Coronavírus em 15 de julho, faltando 13 dias para o nascimento de Davi, marcado para 28 de julho. Pegou do marido, Cláudio, que também é médico e atende na rede pública. Ao contrário dele, que sofre com asma e foi internado, Fanny teve apenas sintomas leves, porém, o obstetra que acompanhou toda a gestação decidiu esperar mais uma semana para fazer o parto.

“Tenho plena confiança no meu médico, absoluta certeza que toda decisão tomada por ele foi para garantir que a chegada de Davi acontecesse como sempre sonhamos, para completar nossa família”, finalizou a professora. É Davi pelo visto você já faz jus ao significado de seu nome, encontrou e vai distribuir muito amor por aqui. Seja bem-vindo, amado!

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