Sexta-Feira, 26 de Abril de 2024
Comportamento
03/03/2017 12:34:00
'Me senti abusada', diz cega constrangida em praia
Gaúcha foi abordada por PMs por estar acompanhada do cão-guia

Band/PCS

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Foto: Olga Souza

A professora gaúcha Olga Souza, de 57 anos, constrangida por banhistas por levar um cão-guia a uma praia de Balneário Camboriú, em Santa Catarina, disse que se sentiu “abusada, desrespeitada, discriminada, violentada em todos os sentidos, moralmente e psicologicamente”. Ela foi entrevistada no programa Café com Jornal na manhã desta sexta-feira.

Cega desde nascença, Olga foi abordada por três policiais militares, na última quarta-feira, chamados por banhistas incomodados com a presença do animal. Os agentes disseram que ela não podia estar com o cão na praia. “Como eu ia deixar o cão em casa se eu continuava com deficiência?”, perguntou aos policiais.

Ao falar que levaria o ocorrido à imprensa, os policiais resolveram deixar o caso de lado, alegando que estava “tudo bem”.

“Não estava tudo bem porque as coisas estavam mal resolvidas. Eu não sei quem denunciou e eles não quiseram me dizer porque a denúncia foi anônima”, contou ao programa.

“Ficou o dito por não dito porque no fim eles me atrapalharam durante 1h20 do meu descanso. A pessoa que me denunciou saiu ilesa”, completou a professora.

A mulher, que estava com uma amiga, conta que alertou os agentes sobre a lei do cão-guia, de 2005, que garante aos deficientes visuais o direito de entrar e permanecer em espaços coletivos acompanhados dos animais. Mesmo assim, ela ainda foi intimidada.

“É nosso direito ter liberdade. As pessoas não devem ter essa crença de que nós temos que viver grudados no braço de alguém. Somos seres sociais que, mesmo com cão-guia, temos direito de ter amigos”, falou.

A Polícia Militar (PM) de Balneário Camboriú reconhece o mal-entendido e informou que pretende incluir palestras envolvendo o tema para policiais.

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