Sábado, 18 de Maio de 2024
Comportamento
23/12/2022 10:09:00
Pornô aos 12; primeira transa aos 18: estudo mostra hábitos sexuais no país

VB/PCS

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Um estudo conduzido no Brasil pelo IPq (Instituto de Psiquiatria) do Hospital das Clínicas da FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo) confirmou que as pessoas em nosso país começam a consumir pornografia ainda na adolescência —mais precisamente, aos 12 anos— e fazem sexo pela primeira vez aos 18 anos.

A pesquisa, que teve a participação de 3.650 brasileiros com idade média de 45 anos e foi obtida com exclusividade por VivaBem, faz parte do "International Sex Survey", trabalho científico envolvendo 45 países, que teve seu questionário online respondido por 82 mil pessoas ao redor do planeta.

Os dados desmistificam um pouco a ideia do brasileiro hipersexualizado, já que a maioria está satisfeita com a própria vida sexual e o parceiro. Também refletem algo que é tendência em relacionamentos: a frequência sexual é maior no início e vai aos poucos caindo

Marco Scanavino, psiquiatra e professor do IPq, responsável pela pesquisa no Brasil

Scanavino frisa que a amostra do estudo, embora representativa em termos de gênero e orientação sexual, não pode ter suas respostas generalizadas para toda a sociedade brasileira. Ou seja, os dados são um recorte que oferece alguns insights importantes sobre comportamentos sexuais de muitos brasileiros, mas não todos eles.

Pornografia na adolescência gera preocupação

O fácil e rápido acesso a esse tipo de conteúdo é um estímulo com grande potencial para o jovem desenvolver uma compulsão por sexo, caso tenha predisposição para esse tipo de comportamento.

Não à toa, a ciência hoje já analisa com mais atenção o vício em pornografia e quais danos ele pode causar à sexualidade humana —especialmente entre adolescentes, que ainda estão em formação física e emocional.

Como o contato com a pornografia ocorre em uma fase da vida que antecede as primeiras experiências sexuais, as pessoas podem ter dificuldade em engajar com seus parceiros na 'vida real' Marco Scanavino, psiquiatra

É muito importante os jovens terem em mente que fora das telas a duração da transa, o desempenho do parceiro ou parceira, a intensidade dos orgasmos e as posições sexuais são bem diferentes das performances e cenas acrobáticas vistas no pornô. Esperar que toda transa seja igual à da pornografia pode gerar frustração e insegurança.

Sexualidade fluida

A pesquisa também analisou a orientação sexual dos brasileiros:

66% se identificaram como heterossexuais

13% como gays ou lésbicas

8,6% disseram ser bissexuais

- No entanto, 34% dos respondentes declararam não se identificarem como "estritamente heterossexuais".

É um reflexo da modernidade, de como a sexualidade hoje já é vista como algo mais fluido, especialmente nas sociedades ocidentais, e como há maior liberdade para assumir diferentes comportamentos, identidades e orientação sexual Marco Scanavino, professor do IPq

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