Quinta-Feira, 18 de Abril de 2024
Comportamento
29/04/2017 10:27:00
Saiba como identificar e prevenir o abuso sexual infantil
Quando o diálogo entre pais e filhos é aberto e acolhedor, o ambiente torna-se propício para que a criança possa revelar o crime

AN/PCS

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A criança vítima de abuso sexual sempre vai manifestar que algo está errado com ela por meio do seu comportamento, do sono, da alimentação e do desempenho na escola. Isso ocorre em diferentes situações. Por isso, é preciso analisar o contexto. As crianças que são vítimas deste crime também podem repetir a violência que sofreram por meio de brincadeiras sexualizadas ou com outros colegas.

Quando o diálogo entre pais e filhos é aberto e acolhedor, o ambiente torna-se propício para que a criança sinta-se à vontade para revelar o abuso. Para isso, ela precisa ter consciência de que está tendo o seu direito violado.

— Se os pais não conseguem conversar e sentem receio, as crianças terão mais dificuldade de questionar e aceitar orientações — avalia a psicóloga Cristina Weber.

A maioria das crianças não tem consciência de que uma atividade sexual entre adulto e criança é errada. Quem vai ensinar isso são os pais. De acordo com a psicóloga Cristina, a educação sexual precisa deixar de ser tabu na família e na sociedade e fazer parte da vida da criança. Isso não quer dizer que os pais devem falar especificamente sobre o ato sexual ou estimulá-lo. Porém, devem orientar os filhos durante o banho ou limpeza genital, por exemplo, que ninguém pode tocá-la fora desse contexto.

— Quando a criança é pequena e tocam as genitais dela, é claro que ela vai sentir um certo prazer. Não necessariamente com fins sexuais, isso é biológico. Muitos pais se chocam quando veem a criança se masturbando e acabam a assustando também. Em vez disso, deveriam trabalhar a situação de forma natural e explicar que, apesar de ela sentir um certo prazer, não é qualquer pessoa que pode tocá-la. Na medida em que os pais tratam como uma coisa suja, a criança vai sentir-se suja também e o abusador vai jogar com isso.

A psicóloga salienta que se a criança tiver informação a ponto de entender que ela não é culpada pelas sensações que tem, mas que aquela situação entre ela e o agressor é errada, terá mais segurança em revelar a violência. A psicóloga destaca ainda que a criança deve ser tratada como vítima e nunca como responsável ou culpada pelo abuso.

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