NM/PCS
ImprimirCom a chegada das temperaturas mais baixas, o ar seco e o aumento das aglomerações em ambientes fechados formam o cenário ideal para a disseminação das doenças respiratórias. Gripe e resfriado se tornam mais comuns e perigosos, especialmente entre idosos, crianças e gestantes. “Gripe é a infecção pelo vírus influenza que pode evoluir para forma grave com insuficiência respiratória e até levar à morte”, alerta a infectologista do Sírio-Libanês, Carla Kobayashi.
A médica explica que a vacinação é a única forma eficaz de prevenir casos graves das doenças que são causadas por diferentes vírus. “Idosos, pessoas com doenças crônicas, crianças menores de cinco anos e gestantes são os grupos prioritários porque correm maior risco de a condição evoluir para a forma mais grave da doença. Mas, idealmente, todos devem se vacinar”, enfatiza.
A gripe, diferente do resfriado comum, causa impacto direto na qualidade de vida e exige repouso. Ela se caracteriza por uma febre súbita e alta, acompanhada de dor no corpo, dor de cabeça, tosse, coriza e uma prostração. Já o resfriado é mais brando, com febre baixa ou até sem febre, e permite que a pessoa continue suas atividades.
A especialista alerta ainda para outro ponto importante: sintomas como náuseas e dor abdominal, comuns na dengue, não costumam aparecer em quadros de influenza, que se manifestam predominantemente pelas vias respiratórias.
A vacina da influenza deve ser realizada todo ano, já que o vírus sofre mutações frequentes. “A vacinação repetida a cada ano fortalece a imunidade contra o tipo (cepa) do vírus que está circulando no momento e reduz a chance de complicações, como pneumonia, eventos cardiovasculares e até óbito", afirma a médica.
Bebês com menos de seis meses, que ainda não podem ser vacinados, são os mais vulneráveis para evoluir com quadros graves como pneumonia e bronquiolite. Segundo a médica, a vacinação da gestante é uma forma indireta de proteger o recém-nascido. “Os anticorpos produzidos pela mãe passam para o bebê durante a gestação e seguem protegendo a criança por até seis meses, justamente o período em que ela ainda não pode receber a vacina”, explica.
Por isso, a recomendação é clara: gestantes e puérperas até 42 dias após o parto também fazem parte do grupo de risco e devem ser vacinadas para Influenza. A especialista lamenta os baixos índices de adesão à campanha de vacinação: “Menos de 35% dos idosos e pouco mais de 25% das gestantes se vacinaram. É uma taxa muito abaixo da meta de 90%. Isso expõe a população ao risco de uma nova onda de casos graves”. A mensagem da infectologista é clara: a prevenção é o melhor remédio — e começa com o compromisso de se vacinar.