Capitaneados por um índio chiquitano de nome André, fugiram da Fazenda Santa Luzia, em Coxim (São José de Herculânia), em 7 de novembro de 1882, nove escravos, sendo 5 homens e quatro mulheres. O alarme foi dado pelo coronel Antonio Luiz da Silva Albuquerque, chefe político do distrito, em anúncio publicado num jornal de Corumbá:

“GRATIFICA-SE”

No dia 7 do corrente fugiram da fazenda denominada Santa Luzia – nove escravos, sendo cinco homens e quatro mulheres pertencentes ao Sr. Joaquim José de Santana, sendo capitaneados pelo índio chiquitano de nome André.

Gratifica-se -com a quantia de um conto de réis quem prendê-los e entregá-los a qualquer autoridade, afim de avisar ao abaixo assinado ou ao proprietário ao mesmos escravos para seu governo.

Eis os sinais dos fugitivos e seus condutores:

André, camarada índio, de 22 anos de idade, sem barba, altura regular, semblante alegre.

Manoel, crioulo, 25 anos, pouca barba, altura regular, meio cambaio.

Benedicto, crioulo, 30 anos, pouca barba, altura regular, meio cambaio.

Jesuino, africano, 3 anos, altura regular, pouca barba.

Athanásio, crioulo, 20 anos, altura regular, sem barba.

Geraldo, croulo, cor de mulato, 25 anos, sem barba, tem pé defeituoso.

Rosa, crioula, 25 anos, altura regular, gorda, sem defeito.

Gertrudes, cabra, 20 anos, cabelos grandes, alta.

Perceliana, mulata, 20 anos, cabelos grandes, alta.

Benedicta, crioula, 2 anos, tem manchas nas mãos e nos pés.

São José de Herculânia, 30 de novembro de 1882,

Antonio Luiz da Silva Albuquerque

FONTE: jornal O Iniciador (Corumbá) 31 de dezembro de 1882.