Sheila Forato
Imprimir
Próximo ao pé de umbu, trazido do nordeste, vó Pedrina construiu sua primeira casa em Coxim, no número 640, da rua da Cohab, no bairro Senhor Divino. Em consequência da mudança para a nova casa construída no mesmo terreno, a ação do tempo, aliada a falta de manutenção, causou danos às madeiras, mas não conseguiu tirar a beleza que é vista, principalmente, pelas netas.
O local traz tantas recordações que as netas Daniela Moura e Letícia Silva decidiram, inconscientemente, imortalizar a casa de madeira da vó Pedrina em fotografias. As imagens foram feitas pelas primas e postada nas redes sociais no sábado (19), rendendo elogios e curtidas de amigos e familiares.
Letícia (a loira) e Daniela (a morena) não mudaram o cenário, exploraram o que tinham, sem mais, nem menos...apostando na autenticidade. As meninas, que são bonitas por natureza, também não investiram em recursos para realçar a beleza, que esbanjam, diga-se de passagem. Sem produção de cabelo e maquiagem, com roupas comportadas, respeitando a religião que seguem, elas foram clicadas pelos próprios celulares, que também não tem muitos recursos de imagens.
Mas, o resultado foi impressionante.
Ao Edição MS Daniela contou que as recordações da infância são lindas. “Quando entrávamos na casa tinha uma escadinha e a sala. A direita e a esquerda tinham os quartos, um de cada lado, sendo um da minha vó e outro do meu tio. Depois vinha a cozinha e mais quartos. Em desses era nosso, meu, do meu pai e da minha mãe. Eu já morei na casa de madeira também”, disse orgulhosa. Segundo Daniela, no fundo vinha a área e o banheiro, além de um quarto velho que já foi derrubado.
Letícia diz que lembra perfeitamente dos momentos que passou na casa de madeira da vó Pedrina. “Minha vó sempre foi atenciosa e gentil com os netos. E os bolinhos de chuva? Os melhores da vida. As vezes eu pegava no sono num sofazinho verde que tinha na sala e acordava com os raios de sol, que entravam entre os espaços das madeiras”, contou.
Foi nesta casa que as primas, muitas vezes, brincaram e fortaleciam a amizade que dura até hoje. A brincadeira preferida? Fazer comidinha de barro. “Quem nunca né?”, questiona Letícia, que também adorava colher rosas brancas e vermelhas, típicas do quintal de toda vó. Algumas vezes, as pétalas de rosas paravam dentro de um vidrinho, que misturada com água virava o perfume da criançada.
Porém, a infância não foi só de flores. Daquele endereço saíram algumas broncas também. E os tombos da escadinha? Mas, se for colocar tudo numa balança, a casa de madeira foi o cenário ideal para a infância das primas que colecionam histórias e, principalmente, uma fase cheia de amor, onde receberam ensinamentos que vão carregar por toda a vida.
Já a vó Pedrina Jussulina da Silva, de 84 anos, continua firme e forte, dando muito amor para os seus. Saúde, vó Pedrina, é o que desejamos a senhora, que continua sendo um exemplo na vida de muitas gerações.