Quinta-Feira, 18 de Abril de 2024
Coxim
26/12/2016 11:19:00
Projeto do FIC destaca relevância da Rota das Monções para a cultura de MS

Assessoria/AB

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Foto: Cid Nogueira

Uma viagem ao folclore e à história do Brasil e da América do Sul em meio às águas pantaneiras. Assim pode ser definido o I Seminário Regional do Folclore Monçoeiro da Rota Norte de Mato Grosso do Sul, evento realizado de 13 a 16 de dezembro com recursos do Governo do Estado por meio do FIC – Fundo de Investimentos Culturais de Mato Grosso do Sul.

O evento teve início no dia 13 com uma palestra de boas-vindas realizada na Pousada Paraíso, em Rio Verde de MT, onde cerca de 150 pessoas, envolvendo autoridades, gestores públicos e privados de cultura, turismo e meio ambiente, além de acadêmicos da UFMS, UEMS e estudantes do ITF de Coxim, discutiram a temática e assistiram a performances artístico-culturais da Trupe Monçoeira, grupo de artistas da região.

Foto: Cid Nogueira

No dia seguinte, teve início a expedição de reconstituição de trajetos terrestres e fluviais passando por sítios históricos e comunidades de ex-garimpeiros artesanais, ocasião em que os participantes puderam trocar experiências e conhecer as atividades desenvolvidas por eles.

Ariel Albrech, proponente e executor do projeto, explica que o evento tem vários objetivos que perpassam o conhecimento e divulgação da história, cultura e folclore, mas também a possibilidade gerar rendas alternativas por meio do turismo de base comunitária, que envolve hospedagem e alimentação nas casas dos moradores e alimentação slow food, possibilitando experiências de convívio pleno e conhecimento do modo de vida simples dos pescadores e pequenos produtores rurais.

Para o secretário de Estado de Cultura, Turismo, Empreendedorismo e Inovação, Athayde Nery, o evento reforça as potencialidades turísticas e culturais da região turística Rota Norte MS, além de enfatizar e valorizar a economia local: “Reviver essa epopeia vivida por brasileiros e portugueses há mais de 300 anos é uma honra. É um dos momentos mais importantes da história de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e do Brasil. Parabenizo toda a equipe juntamente com as administrações de Coxim e Rio Verde por realizar e resgatar a história de MS e do Brasil da Rota das Monções. Esse é um roteiro que deve ser consolidado como parte integrante da economia criativa, do turismo, da cultura, e do enaltecimento do Pantanal. Vamos continuar descobrindo mais o nosso Estado!”

Para a gestora ambiental Mariana Chrispim, professora da UEMS no campus de Coxim, participar do evento foi uma experiência incrível: “Conhecemos muito sobre a cultura regional e passeamos pelos rios Coxim, Jauru e Taquari. Foi uma aula de história, através de apresentações artísticas musicais e poemas, fizemos visita aos garimpos, trilhas pela natureza, e visitas a sítios arqueológicos. Admiro muito como essas pessoas valorizam e preservam sua cultura, isso é excelente! Entendi como funciona o turismo de base comunitária, e é uma iniciativa muito interessante de promover desenvolvimento sustentável, gerando renda para populações locais e preservando o meio ambiente. Foi uma grande aventura, passando por corredeiras nos rios, tomando banho de cachoeira, colhendo e comendo frutas das árvores, observando o nascer e pôr do sol, paisagens de relevo espetaculares, muitas araras e até um tuiuiú ao final do passeio“.

Foto: Cid Nogueira

Além do secretário Athayde Nery, participaram do evento o superintendente de Turismo da Sectei, Matheus Dauzacker; a superintendente de Cultura e Economia Criativa, Cláudia Medeiros, o superintendente do FIC, Ricardo Maia, o coordenador técnico do Cointa, Nilo Peçanha, além de autoridades municipais de Rio Verde, Coxim, e representantes do Instituto Federal de Coxim, UEMS, Unopar e UFMS.

Rota das Monções

As monções foram um movimento migratório histórico fundamental na consolidação da fronteira oeste do Brasil e na criação da identidade cultural regional. Tratava-se de expedições fluviais realizadas ao longo dos séculos XI ao XIX, pós-entradas das bandeiras, que tinham a função de transportar pessoas, alimentos, víveres, armamentos, especiarias, cargas em geral e principalmente ouro entre Porto Feliz (SP) e Cuiabá (MT) e vice-versa.

Essas expedições duravam de quatro a seis meses dependendo da estação do ano e eram verdadeiras epopeias, pois os viajantes, além de enfrentar intempéries, tinham de se proteger de povos nativos hostis, insetos e animais ferais, além de passarem por situações dificílimas de navegação, em uma época em que não havia motores e outros adventos tecnológicos.

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