Quinta-Feira, 2 de Maio de 2024
Coxim
29/01/2016 08:18:00
Tetraplégico, ex-tratorista de Coxim precisa de ajuda para suprir necessidades básicas
Foto: EMS

Quantas vezes você agradeceu a Deus pelo fato de andar? Geralmente esses detalhes passam batido, até que a vida dá uma reviravolta, como aconteceu com o ex-tratorista Cleiton Lopes Cançado, de 32 anos. Ele viu sua vida mudar drasticamente no dia 1º de novembro de 2015, quando ficou tetraplégico ao pular num poço de draga da fazenda Eldorado, no Pantanal, já no município de Corumbá.

Com uma fratura na quinta vértebra da coluna, Cleiton foi resgatado de avião, levado até Rio Verde e em seguida trazido para o Hospital Regional de Coxim pelo Corpo de Bombeiros. Ele não estava sentindo nada do pescoço para baixo e devido à gravidade do estado de saúde foi transferido para Campo Grande.

Ele passou 22 dias internado na UTI (Unidade de terapia Intensiva), foi submetido a uma traqueostomia e a uma cirurgia para fixação de pinos na altura do pescoço. Ao todo, foram dois meses e 17 dias internado na Santa Casa da capital.

Há aproximadamente 15 dias, Cleiton voltou para a casa da mãe, a cozinheira Joana Carmem dos Santos, de 63 anos, e mudou a vida de toda a família, que apesar das dificuldades e da limitação financeira agradece a todo momento pela vida do ex-tratorista.

A funcionária pública Elaine Raquel dos Santos se transformou numa verdadeira enfermeira para o irmão (Foto: EMS)

A casa simples, de apenas um quarto, uma cozinha e um banheiro, abrigou Cleiton provisoriamente, pois nem sua cama cabe no quarto, tendo de ficar praticamente atravessada no cômodo. A família tenta ampliar a pequena casa, mas os recursos não são suficientes, já que a idosa conta apenas com a renda do marido.

Durante o dia, a única opção é deixar o acamado numa varanda improvisada no quintal, feito com uma lona. O transporte é um verdadeiro sacrifício e depende de três pessoas que colocam o ex-tratorista num lençol, depois numa cadeira e posteriormente na cama.

Enquanto contava a rotina para o Edição MS. a mãe relembrava em lágrimas a disposição que o filho tinha para trabalhar: “meu filho sempre foi muito trabalhador, inteligente, bastava dar qualquer serviço que ele conseguia fazer, cerca, máquina, trabalho rural, de tudo”.

A vida da família mudou completamente após o acidente. A irmã de Cleiton, a funcionária pública Elaine Raquel dos Santos, de 40 anos, se transformou numa verdadeira enfermeira para o irmão. Ela se desdobra para medicar, dar banho e transportá-lo, além de ter que trabalhar, cuidar da própria casa, do esposo e dos filhos.

Durante o dia, a única opção é deixar o acamado numa varanda improvisada no quintal, feito com uma lona (Foto: EMS)

Elaine explica que, apesar da ajuda da prefeitura, que forneceu uma cesta básica, e do Hospital Regional, que cedeu a medicação, uma cama hospitalar e um aspirador de secreção, a família ainda precisa de muita ajuda.

“Gostaríamos de concluir a obra de um quarto com uma varandinha para o Cleiton, mas ainda falta muito material de construção como telhas, madeiras, pedriscos, mão de obra, mas estamos ficando sem recursos, falta até as fraudas geriátricas”.

Mas as necessidades vão além disso. O maior desejo da família agora é conseguir uma cadeira específica para tetraplégico, que tem sido carregado numa cadeira de fio, já que não consegue permanecer sentado numa cadeira de rodas convencional.

Segundo Elaine, o irmão se alimenta normalmente e já consegue pequenos movimentos com o pescoço e os ombros, o que foi muito comemorado pela família. Ele se comunica apenas através de breves sussurros com a mãe e a irmã.

Com condições financeiras limitadas, a família conta com a fé para sair da situação. “As necessidades são muitas, mas eu peço todos orem por nossa família, para que tenhamos forças nessa luta, eu tenho fé que o Cleiton ainda vai sair dessa situação”, aposta a irmã, que ao ser questionada sobre a principal necessidade da família respondeu: “oração”.

Fotos do ex-tratorista ganharam as redes sociais após a postagem de uma amiga da família que pedia ajuda das pessoas que se sensibilizassem com o caso. Quem puder e quiser ajudar pode entrar em contato através do telefone (67) 9601-4356, ou visitar a família na avenida Frei Cirino João Primom, 89, Senhor Divino. Quem não puder ajudar pessoalmente pode fazer um depósito de qualquer valor na conta poupança 29192-3, agência 1107 Caixa Econômica Federal, operação 013, em nome de Elaine Raquel dos Santos.

A família tenta ampliar a pequena casa, mas os recursos não são suficientes (Foto: EMS)
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