Terça-Feira, 30 de Abril de 2024
Cultura
13/11/2013 07:29:13
Tereré, o hábito tradicional dos coxinenses que está custando mais caro
Um tradicional hábito dos coxinenses está custando mais caro nos últimos meses. A alta no preço da erva do tereré, em Coxim, tem surpreendido os consumidores na hora de comprar o produto.

Luma Danielle

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Foto: EMS
Um tradicional hábito dos coxinenses está custando mais caro nos últimos meses. A alta no preço da erva do tereré, em Coxim, tem surpreendido os consumidores na hora de comprar o produto.
A maior parte da erva consumida em Mato Grosso do Sul vem do interior do Paraná e Santa Catarina onde houve uma valorização do produto. Segundo pesquisadores, existem fatores que são determinantes para o aumento do preço da erva mate nos supermercados: o alto custo de produção, o baixo valor pago aos produtores que foram obrigados a migrar para outras culturas e também a falta de organização do setor.nbsp;nbsp; Agora, com a alta dos preços muitos estão retomando as atividades nos ervais. No início do ano os produtores de erva mate em Santa Catarina recebiam cerca de R$ 3,00 pelo saco de 15 quilos. Com a alta do preço, a mesma quantidade, está em torno de R$ 15,00. Nos principais supermercados de Coxim, os preços nas prateleiras, dependendo da marca, variam de R$ 3,75 a R$ 9,49, em embalagens de 500 gramas. A empresária Rosângela Guimarães viu no hábito dos coxinenses uma nova forma de ganhar dinheiro. Ela montou um empório de ervas e artigos para tereré no centro de Coxim e conta que está confiante nas vendas mesmo com a elevação do preço. “Os clientes reclamam dos preços, mas continuam fiéis ao consumo diário”, comentou ela. nbsp; Ainda de acordo com a empresária, comprar o produto a granel ou usar uma cuia menor, são alternativas para driblar o preço alto, “como temos a opção de venda a granel, alguns clientes contam que preferem diminuir a quantidade de erva a ficar sem o tereré, ou acabam diminuindo o tamanho da cuia encontrando assim uma maneira de economizar”, explica Rosângela. nbsp; A advogada Paloma Caprara relata que, além do supermercado, costuma comprar o produto em barracas na Feira do Produtor, onde há opções diversificadas de sabores, “gosto porque posso escolher uma erva mais amarga ou mais suave, sem contar que é bom ter em casa uma variedade de sabores para quando recebo os amigos e a gente conversa do dia-a-dia na roda de tereré”, destacou ela. nbsp; Calor aumenta o consumo nbsp; Apesar dos preços elevados, o longo período de altas temperaturas em Coxim fez com que aumentasse o consumo da bebida mais tradicional da região. A universitária Elizangela Gama, de 27 anos, conta que percebeu que o preço subiu muito na última vez em que teve de comprar a erva, mas que devido às altas temperaturas o consumo, que deveria ter reduzido, acabou aumentando. “Apesar de o preço ter subido junto com a temperatura, ainda não consegui dispensar o tereré de todos os dias”, explica ela. nbsp; Apreciador da bebida há mais de 16 anos, o cobrador Wesley de Barros Aragão, diz que independente da temperatura o tereré já se tornou parte da rotina diária em sua residência, “independente do preço ou da temperatura,nbsp; o importante é tomar tereré, além de saudável a bebida já faz parte da tradição na minha família”, finalizou o cobrador.
Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o maior produtor de erva-mate do Brasil é o estado do Paraná, seguido de Santa Cataria e Rio Grande do Sul. Atualmente, Mato Grosso do Sul é o quarto maior produtor da erva-mate do país e está entre os que mais consomem a bebida.
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