G1/LD
ImprimirO ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta sexta-feira (3) que a arrecadação federal tende a reagir no segundo semestre deste ano. Ele falou a jornalistas durante evento do setor imobiliário em São Paulo.
Para Meirelles, a tendência agora é a inflação voltar para a meta e, além disso, a própria retomada da economia deverá gerar uma recuperação das receitas.
"Estamos primeiro aguardando a expectativa de que haja a recuperação da receita no segundo semestre, aí não haveria sinal de mudança", disse, após ser questionado se o governo pretende mudar a meta fiscal deste ano.
"Evidentemente estamos olhando isso com muita atenção para tomar as decisões mais realistas para o país", comentou.
Na véspera, Meireles declarou que a inflação abaixo da meta ajudou a reduzir a arrecadação do governo, o que, segundo ele, é um dado positivo para a economia, apesar de ter prejudicado a receita.
Ele afirmou que não foi a incerteza política que gerou a crise econômica. "A crise econômica ajudou a agudizar o problema político lá trás, em 2015, 2016", disse.
Meireles afirmou ainda que o Brasil está qualificado para entrar na OCDE. "A entrada do Brasil significa um compromisso de políticas racionais que assume com outros países por um longo período".
Reformas e recuperação da economia
Meirelles voltou a dizer que a expectativa do governo é que a reforma da Previdência seja aprovada ainda neste ano.
Ele apontou ainda que a expectativa é de retomada do crescimento da economia. O ministro apontou que o setor industrial está em "uma atividade clara de recuperação" e observou que as empresas estão reduzindo seu endividamento. Na visão de Meirelles, o movimento de inflação baixa é normal neste momento da economia.
Juros do BNDES
Meirelles disse ainda que a substituição da taxa de juros do BNDES pela TLP (taxa de longo prazo) vai dar mais poder de política monetária e ajudar a reduzir os juros praticados em toda a economia.
Segundo o ministro, os juros controlados pelo BNDES forçam o restante do mercado a praticar uma taxa mais elevada para compensar. "A TLP corrige isso", disse.
Em março, o governo anunciou uma nova política para os juros cobrados nos empréstimos do BNDES, prevendo a criação da TLP (Taxa de Juros de Longo Prazo), mais alta que a atual TJLP, hoje em 7%. Na prática, a nova taxa vai acompanhar as flutuações do mercado, implicando no corte dos subsídios concedidos pelo banco.