Nesta segunda-feira (28), o prefeito de Coxim, Aluizio São José (PSB), criou uma espécie de comitê para gerenciar a crise instalada no município devido à escassez de alguns produtos, como o combustível, por conta da paralisação dos caminhoneiros em todo o Brasil.

Uma das primeiras atitudes tomadas pelo prefeito, ainda na sexta-feira (25), foi decretar estado de emergência. Com isso, ele conseguiu comprar um pouco de combustível para atender serviços essenciais, como ambulâncias e lixo.

Foto: Eduardo Bampi

Entretanto, diante da instabilidade, a prefeitura decidiu, após ouvir todos os secretários, poupar o que conseguiu estocar. Um dos serviços suspensos é o transporte escolar, até quarta-feira (30), pois na quinta (31) é feriado e sexta (1º) ponto facultativo.

Apesar dessa suspensão, as aulas seguem normalmente na cidade, inclusive na Escola Municipal Wiliam Tavares, na Silviolândia. A suspensão das aulas acontecem apenas nos distritos do Jauru e São Ramão, além da fazenda Lambari.

A secretária de Educação, Raquel Singh, adiantou que os professores vão preparar atividades programadas para que os alunos dependentes do transporte escolar não fiquem no prejuízo em relação ao conteúdo aplicado nesses três dias.

Questionada sobre a merenda escolar, Raquel informou que a secretaria tem estoque para atender a demanda de pelo menos três semanas. Pode faltar um produto ou outro, que vão ser substituídos sem prejuízo ao cardápio, principalmente da educação infantil.

Além do transporte escolar também ficou definida a paralisação da secretaria de Obras. O único serviço mantido por essa pasta é o lixo. Já na secretaria de Saúde foram suspensas as consultas, exames e procedimentos ambulatoriais em Campo Grande.

O secretário de Saúde, Franciel Oliveira, explicou que o ônibus não leva os pacientes desde sexta-feira (25) e só deve retomar o transporte na segunda-feira (4), caso a situação se normalize em todo o país.

“Essa suspensão não foi feita por Coxim, mas pela secretaria de Estado, que cancelou os agendamentos de todos os municípios”, explicou o secretário. De acordo com Franciel, na próxima semana a gerência de Regulação do Estado deve começar a reinserir os pacientes, priorizando os que estavam agendados nesses dias.

Outra preocupação desse comitê de gerenciamento de crise é a falta de combustível das polícias Civil e Militar, assim como do Corpo de Bombeiros. Aluizio se dispôs a ajudar, pois essas instituições contam com pouco combustível, que continua em falta no município. Representantes dessas instituições se reúnem com o jurídico da prefeitura para ver a melhor forma de operacionalizar esse empréstimo de combustível.

Situação dos postos em Coxim

As 16h30 desta segunda-feira (28), a reportagem do Edição MS entrou em contato com todos os postos de combustíveis. Nenhum dos estabelecimentos tem álcool e gasolina para vender. A PRF (Polícia Rodoviária Federal), com apoio do Exército, ofereceu escolta para que os estabelecimentos busquem combustíveis, mas as bases de Campo Grande não estão disponibilizando para o interior.

O Faedo, Luzitano e Taquari ainda tem um pouco de diesel comum e S10, mas, que devem acabar no máximo até o final da tarde desta terça-feira (29). Alguns desses postos guardam o combustível adquirido pela prefeitura de forma emergencial. Já os postos do Edson e São Cristóvão estão sem combustíveis. O do Edson segue aberto por conta da conveniência, mas, o São Cristóvão está fechado.