Terça-Feira, 23 de Abril de 2024
Economia
08/06/2016 18:08:00
Dólar cai mais de 2% e fecha abaixo de R$ 3,40 pela 1ª vez em quase 1 ano
Moeda recuou pela 6ª sessão, a R$ 3,36; em 2016, dólar perde 14,6%. BC não agiu e mercado repercutiu declarações sobre câmbio flutuante.

G1/PCS

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O dólar fechou em forte queda nesta quarta-feira (8), abaixo de R$ 3,40, com o ambiente externo favorável e sem a intervenção do Banco Central pelo sexto dia de negócios seguido.

A moeda norte-americana caiu 2,28%, cotada a R$ 3,3697 para venda. Veja a cotação do dólar hoje. É o menor valor desde o dia 29 de julho do ano passado, quando o dólar fechou a R$ 33293.

A última vez que o dólar fechou abaixo de R$ 3,40 foi no dia 30 de julho, a R$ 3,3710.

Na semana, a moeda dos EUA recua 4,4%. No mês de junho, perde 6,7% e, no acumulado de 2016, o dólar tem desvalorização de 14,6% frente ao real.

Além do cenário externo positivo, ainda refletiram no mercado as declarações de Ilan Goldfajn, indicado para a presidência do Banco Central, defendendo o o câmbio flutuante (sem interferência do BC). Isso fez o mercado entender que o futuro chefe do BC estaria confortável com o dólar abaixo de R$ 3,50 – patamar até então entendido como o "piso" permitido pelo órgão.

"Muita gente no mercado via um piso nos R$ 3,50 e as declarações do Ilan contrariaram essa tese", disse à Reuters o operador da corretora Ativa Arlindo Sá. "Aí o real veio com tudo [se fortaleceu], embalado também pelo cenário externo positivo". Sá disse haver espaço para o dólar recuar ainda mais, mas não estimou patamares.

Esse movimento depende, porém, de uma trégua no cenário político, em meio a escândalos que vêm alimentando preocupações com a capacidade do governo de aprovar medidas de aperto econômico no Congresso Nacional. "Tem muita água para rolar ainda. O jogo só acaba quando termina", afirmou.

O mercado também ficou atento ao cenário político, à espera da decisão de Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, sobre o pedido de prisão de José Sarney, Renan Calheiros, Romero Jucá e Eduardo Cunha, todos do PMDB.

Cenário externo

O dia no mercado internacional foi marcado por forte alta dos preços do petróleo, que atingiram o maior nível em 8 meses no terceiro dia seguido de ganhos.

Além disso, números sobre as importações da China aumentaram expectativas de melhora na economia do país. As exportações chinesas caíram mais do que o esperado em maio devido à demanda fraca, mas as importações superaram as projeções, indicando melhora da demanda interna, segundo informações da Reuters.

Além disso, vêm enfraquecendo as apostas em alta de juros nos Estados Unidos no curto prazo, após dados fracos sobre o mercado de trabalho norte-americano e declarações da presidente do Federal Reserve, banco central norte-americano, Janet Yellen. Juros mais altos nos EUA atrairiam investidores para aquele país, aumentando assim uma tendência de alta sobre o real.

Último fechamento

O dólar fechou em queda na terça-feira (7), pela quinta sessão seguida, após o indicado para a presidência do Banco Centra defender o câmbio flutuante durante sabatina no Senado. A moeda recuou 1,2%, a R$ 3,4486 na venda.

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