Sexta-Feira, 26 de Abril de 2024
Economia
19/11/2019 16:32:00
Dólar fecha em queda após se aproximar de R$ 4,22

G1/LD

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O dólar fechou em queda após dia de instabilidade nesta terça-feira (19), conforme o mercado analisa o cenário e a postura do Banco Central diante da valorização da moeda - que atingiu no dia anterior seu maior valor nominal de fechamento da história.

A moeda norte-americana caiu 0,17%, a R$ 4,1988. Na máxima do dia, chegou a subir 0,32%, a R$ 3,2195. Veja mais cotações. Já o dólar turismo era vendido perto de R$ 4,38, sem considerar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Os investidores aguardam novidades sobre as negociações comerciais entre Estados Unidos e China. Nesta terça, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que pretende aumentar ainda mais as tarifas sobre os produtos importados da China se os dois países não chegarem a um acordo comercial.

"Se nós não conseguirmos um acordo com a China, eu simplesmente aumentarei ainda mais as tarifas", disse Trump na Casa Branca.

A declaração do presidente norte-americano ocorre em meio ao aumento das incertezas sobre um acordo entre os dois países para colocar fim à guerra comercial que já se arrasta desde o começo de 2018 e vem impactando os mercados.

Dólar na casa dos R$ 4,20

Investidores também monitoram pistas sobre a atuação do Banco Central frente à superação do dólar do patamar de R$ 4,20. O presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou nesta terça que a "frustração" com o megaleilão do pré-sal foi um dos fatores que influenciaram a alta recente do dólar. Ele destacou que o que importa para o BC é como o câmbio afeta a inflação, o que, de acordo com ele, ainda não ocorreu, mas se acontecer "é outra história".

Analistas apontam que não houve um evento específico para a piora do mercado de câmbio, mas os negócios seguem pressionados pelas tensões políticas em países vizinhos, como Bolívia e Chile, e preocupações sobre as negociações entre China e Estados Unidos.

"Estamos em um momento ruim para a América Latina. Junta isso com a decepção com a cessão onerosa e temos essa rápida volta do dólar a R$ 4,20", disse Luiz Eduardo Portella, sócio e gestor da Novus Capital, ao Valor Online. "Acredito que essa combinação muda o patamar em que o dólar negociava, parece que estamos em um novo equilíbrio agora."

"Não aconteceu nada em um dia, é um movimento que acontece há algum tempo", complementou Roberto Campos, sócio e gestor da Absolute Investimentos.

Para Camila Abdelmalack, economista da CM Capital Markets, ainda não há expectativas de interferência do BC no câmbio, já que o real apenas seguiu o movimento de outras moedas emergentes no decorrer das últimas sessões.

"O que faz sentido em relação a uma atuação do BC mais agressiva é quando o real não está seguindo outras moedas vizinhas", disse à Reuters. "A gente tem que esperar pra entender se essa alta é um movimento que veio para ficar. O que dá a entender é que ainda está em linha com outras emergentes."

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