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Economia
27/02/2017 08:48:00
Governo pedirá opinião de estrangeiros sobre plano nacional de 'Internet das Coisas'

G1/LD

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Uma comitiva do governo federal vai circular entre os estrangeiros da maior evento de tecnologia móvel uma consulta pública sobre o medidas a integrarem o Plano Nacional de Internet das Coisas, ainda em gestação e que pretende criar estímulos para desenvolver a comunicação entre máquinas. Elaborado conjuntamente por Banco Nacional do Desenvolvimento Social (BNDES) e Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), o projeto deve ser lançado em setembro.

Internet das Coisas

Internet das Coisas é um nome pomposo para denomar a conexão via internet e outras formas de acesso entre dispositivos cotidianos, como eletrodomésticos, eletroeletrônicos, e até mesmo entre máquinas industriais.

Olho no investidor

A coleta de opiniões será feita por meio de questionários online em inglês e espanhol, durante o Mobile World Congress (MWC), que começa nesta segunda-feira (27) em Barcelona, na Espanha. O governo já elaborou uma consulta pública, que durou 60 dias e recebeu quase 2,3 mil contribuições.

Parte da delegação brasileira, o secretário de Política de Informática do MCTIC, Maximiliano Martinhão, explica qual o objetivo da iniciativa: “A gente não quer atrair investimentos? Não é importante a gente formar parcerias, para que possa a partir do Brasil desenvolver serviços para o mundo? Mais do que isso. O sistema de comunicações, a internet, a internet não é local, a internet é uma rede mundial. A gente precisa ouvir se a gente quiser atrair investimento e gerar oportunidade de desenvolvimento econômico para o Brasil”. O ministro Gilberto Kassab também irá à Espanha.

O plano

Para balizar as medidas que comporão o plano, a consultoria McKinsey, o escritório Pereira Neto Macedo Advogados e o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD).

Eles trabalham em um estudo ao custo de R$ 17,4 milhões para mapear as oportunidades que podem ser geradas pela Internet das Coisas (IoT) e o potencial do Brasil. Um dado preliminar dessa análise dá conta de que a IoT vai gerar entre US$ 4 trilhões e US$ 11 trilhões em 2025. "A gente imagina que uma parte disso é o mercado local brasileiro", comenta o secretário. "Mas precisamos ter uma estratégia, que leva em conta nossa realidade. Temos que identificar nossa vocação e os setores estratégicos para o Brasil."

Na semana passada, a Câmara Brasileira de Internet das Coisas, um órgão multissetorial formado por governo, academia, sociedade civil e empresas, aprovou as diretrizes em torno da qual o plano será construído.

Até setembro, para quando o secretário prevê a apresentação do plano, MCTIC e BNDES avaliarão se a nova política trará mudanças regulatórias, alterações na infraestrutura de conectividade brasileira, ações para formação de mão-de-obra especializada, mecanismos de incentivos financeiro e como será a estratégia de internacionalização da tecnologia criada.

Dados pessoais

Os dois órgãos analisarão quais são as oportunidades para a IoT dentro de 12 setores econômicos chave: aeroespacial, automotivo, agricultura, cidades inteligentes, logística, manufatura, mineração, petróleo e gás, saúde, setor público, serviços financeiros e varejo.

Também serão levadas em conta se o horizonte legislativo brasileiro já contempla as futuras inovações ou se tem de ser aprimorado. "Como a Internet das Coisas vai coletar dados que precisam ser preservados, precisa fazer balanço entre inovação e a privacidade das pessoas", explica Martinhão. O Congresso já analisa a questão. Atualmente, tramitam dois projetos de lei sobre proteção de dados pessoais. Um na Câmara, de iniciativa do Ministério da Justiça; outro no Senado, de autoria do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP).

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