Quinta-Feira, 25 de Abril de 2024
Economia
08/08/2019 08:17:00
Inflação oficial fica em 0,19% em julho, menor taxa para o mês em 5 anos

G1/LD

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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, ficou em 0,19% em julho, segundo divulgou nesta quinta-feira (8) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se da menor taxa para julho desde 2014, quando ficou em 0,01%.

Com o resultado, o índice acumula alta de 2,42% no ano. Em 12 meses, recuou para 3,22%, ante os 3,37% registrados em junho, permanecendo bem abaixo da meta de 4,25% definida pelo governo para o ano, o que deve reforçar as apostas de novos cortes na taxa básica de juros, atualmente em 6% ao ano – o menor valor da série histórica.

Queda nos preços de vestuário e combustíveis

O grupo de alimentação e bebidas, que tem o maior peso na composição do indicador, ficou praticamente estável na passagem de junho para julho. A alimentação no domicílio teve queda de 0,06%, enquanto a alimentação fora apresentou alta de 0,15%. Entre os produtos que ficaram mais barato, destaque para tomate (-11,28%), feijão-carioca (-8,86%), hortaliças (-4,98%) e batata-inglesa (-3,68%).

Segundo o IBGE, a queda dos preços de vestuário (-0,52%), transportes (-0,17%) e saúde e cuidados pessoais (-0,20%) ajudaram a segurar a inflação no mês.

"A queda [dos preços] em vestuário é explicada pelas promoções por conta das trocas de coleções. Já o transportes foi puxado pela queda nos preços dos combustíveis (-2,79%), principalmente da gasolina (-2,80%), que teve o maior impacto negativo na composição do índice, de -0,12 pontos percentuais", afirmou o gerente da pesquisa.

Segundo o IBGE, a gasolina recuou no país 2,80%, em média, em julho. Já os preços do etanol e do diesel caíram 3,13% e 1,76%, respectivamente.

Segundo Gonçalves, há uma pressão negativa da baixa demanda em relação aos serviços, o que tem segurado a alta de preços.

"Ainda há muita informalidade no mercado de trabalho e um contingente muito grande de desempregados. Como a renda dessa informalidade é muito incerta, as famílias acabam, priorizando alimentação, habitação e transporte. Então, para os serviços acaba não sobrando nada", destacou.

Conta de luz foi a vilã da inflação de julho

Entre os itens que mais pesaram na inflação de julho, destaque para energia elétrica. Somente este item teve impacto de 0,17 ponto percentual no índice geral.

As contas de luz ficaram em média 4,48% mais caras para o consumidor em julho, impactadas pela mudança tarifária, já que passou a ser cobrada a Bandeira Amarela, que aumenta a conta em R$ 1,50 a cada 100 kWh.

"A energia representou praticamente toda a inflação do mês", destacou o gerente da pesquisa.

No grupo Transportes, destaque para as altas das passagens aéreas (18,63%) e das tarifas de ônibus interestadual (5,21%).

Para agosto, o IBGE adiantou que a energia elétrica tende a voltar a pressionar a inflação, já que neste mês entrou em vigou a bandeira vermelha patamar 1, cuja tarifa é de R$ 4 a cada 100 kWh consumido. Por outro lado, o gás de botijão teve redução de 8,17% nas refinarias.

Veja a inflação de junho por grupos pesquisados e o impacto de cada um no índice geral:

  • Alimentação e Bebidas: 0,01% (0 ponto percentual)

  • Habitação: 1,20% (0,19 p.p.)

  • Artigos de Residência: 0,29% (0,1 p.p.)

  • Vestuário: -0,52% (-0,03 p.p.)

  • Transportes: -0,17% (-0,03 p.p.)

  • Saúde e Cuidados Pessoais: -0,20% (-0,02 p.p.)

  • Despesas Pessoais: 0,44% (0,05 p.p.)

  • Educação: 0,04% (0 p.p.)

  • Comunicação: 0,57% (0,02 p.p.)

O IBGE calcula a inflação oficial com base na cesta de consumo das famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos, abrangendo dez regiões metropolitanas, além dos municípios de Aracaju, Brasília, Campo Grande, Goiânia, Rio Branco e São Luís.

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