Quarta-Feira, 24 de Abril de 2024
Economia
23/05/2018 13:57:00
Maia diz que negocia corte 'provisório' do PIS/Cofins sobre diesel

G1/LD

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O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, afirmou nesta quarta-feira (23) que negocia a inclusão de um corte "provisório" no PIS/Cofins que incide sobre o diesel no projeto da reoneração, que reestabelece a cobrança de imposto sobre a folha de pagamentos de setores da economia que haviam sido beneficiados por desoneração.

Maia também afirmou que vai discutir uma proposta para redução do preço da gasolina e do gás de cozinha (leia mais abaixo nesta reportagem).

De acordo com o presidente da Câmara, a negociação sobre o diesel está sendo feita com o relator do projeto de reoneração, deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) e a proposta prevê o corte do PIS/Cofins sobre diese até o fim do ano.

Na terça, em meio a protestos de caminhoneiros pelo país, o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, anunciou que o governo fechou acordo com o Congresso para zerar a cobrança da Cide sobre o diesel.

Pelo acordo, o corte da contribuição será feito assim que os parlamentares aprovarem o projeto da reoneração. A ideia é que a retomada da cobrança de impostos sobre setores da economia, prevista pela reoneração, compense a perda de arrecadação do governo federal com o corte da Cide.

Mais tarde nesta quarta, ao chegar à Câmara, Maia disse que acha possível votar a reoneração na terça-feira (29) de manhã, mas que isso só será feito "depois que o governo publicar o decreto do Cide". Na terça, Guardia havia dito o contrário: que o corte da Cide ocorreria após a aprovação da reoneração.

No fim da manhã, depois de encontro com a presidente do Supremo Tribunal Federal, a ministra Cármen Lúcia, Maia disse esperar que o governo edite ainda nesta quarta o decreto zerando a cobrança da Cide sobre o diesel – e não espere a votação do projeto da reoneração pela Câmara.

Maia também considera que o bloqueio de caminhoneiros nas estradas tem impactos na economia. “Tem, claro [impactos na economia]. Por isso que a gente espera que hoje ainda o governo edite o decreto da Cide, não fique esperando a votação da Câmara”, declarou.

Ainda sobre os bloqueios por conta da greve dos caminhoneiros, Rodrigo Maia afirmou que pretende buscar diálogo com o setor.

"Vou ver se nas próximas horas eu converso com alguns líderes aqui de Brasília dos caminhoneiros para ver se há algo na legislação que eles estejam demandando para que a gente possa a ajudar a reduzir o dano que a greve vem gerando na vida das pessoas", afirmou o presidente da Câmara.

Impacto da medida é pequeno

Entretanto, de acordo com o Ministério da Fazenda, a Cide equivale a R$ 0,05 no valor de cada litro do diesel. A proposta de corte provisório do PIS/Cofins, portanto, viria para ampliar o desconto no valor do diesel.

Segundo Maia, o impacto do corte do PIS/Cofins seria "semelhante" ao da Cide, ou seja, de R$ 0,05 por litro de diesel.

"Vamos baixar o PIS/Cofins [que incide sobre o diesel] no projeto da reoneração. Vamos entrar no PIS/Cofins com certeza", disse Maia, durante participação na Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, que ocontece nesta quarta.

"Estamos discutindo ajuda dentro de uma realidade fiscal [das contas públicas] que é dramática, dos estados e da União", disse ele mais tarde a jornalistas, ao ser questionado se o impacto de R$ 0,05 por litro não seria muito pequeno e insuficiente para parar a greve dos caminhoneiros.

Gasolina e gás de cozinha

Maia afirmou também que vai discutir a inclusão no projeto do fundo soberano de alguma proposta para redução do preço da gasolina e do gás de cozinha.

"Primeiro o diesel. A gasolina a gente têm preocupação sobre o preço do álcool também em termos de concorrência. E vamos ver se no projeto do fundo soberano, de repente, a gente discute a questão da gasolina e do gás de cozinha", declarou ele.

"O mais importante é discutir o gás de cozinha que também aumentou muito eem um impacto forte no orçamento da família brasileira.

Governadores

Maia também defendeu em seu discurso que os governadores colaborem com a redução no valor dos combustíveis por meio de corte do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que incide sobre o produto.

"O que os governadores puderem colaborar, é importante que participem, para que todos possam contribuir com esse momento difícil", disse o presidente da Câmara.

Ele apontou que o tributo que mais impacta no valor dos combustíveis é o ICMS, mas ressaltou que a "situação fiscal dos estados é muito difícil. Imposto que mais impacta é o ICMS. Proporcional ao valor.

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