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ImprimirO presidente norte-americano Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30), o decreto que oficializa a taxação de 50% sobre produtos do Brasil, deixando de fora setores como a mineração e a citricultura de Mato Grosso do Sul.
O decreto assinado pelo presidente norte-americano aplica uma taxa adicional de 40% sobre as tarifas de 10% que já vigoravam para os produtos exportados pelo Brasil aos Estados Unidos.
Mesmo que inicialmente tenha negado prorrogar o prazo, o Republicano alterou o prazo da taxação que inicialmente era o dia 1° para o dia 6 de agosto.
O tarifaço, como acompanhou o Correio do Estado, causou apreensão, e a iniciativa do Republicano chegou a ser recebida como uma ameaça à competitividade dos produtos sul-mato-grossenses no segundo maior mercado de destino das exportações do Estado.
Para se ter ideia, apenas no primeiro semestre deste ano, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o volume de ferro enviado aos EUA foi de 94,5 mil toneladas, com montante negociado de US$ 40,5 milhões.
O setor de ferro-gusa representa 90% da produção em Corumbá, Ribas do Rio Pardo e Aquidauana, municípios que exportam para os Estados Unidos. O produto é usado na indústria siderúrgica norte-americana.
Citricultura
A citricultura, que está ganhando espaço no Estado, também seria afetada caso Trump tivesse mantido o setor dentro da taxação. A elevação de custos na exportação refletiria diretamente em adiamentos de investimentos e em uma pausa na expansão do setor, que atualmente ocupa 25 mil hectares.
Atualmente, o Brasil é responsável por três em cada cinco copos de suco de laranja consumidos no mundo, e os Estados Unidos são o principal mercado para o produto brasileiro.
Conforme já havia adiantado o Correio do Estado, a projeção é de que, assim que MS ultrapassar 30 mil hectares plantados, uma indústria de suco de laranja seja instalada no Estado. Mato Grosso do Sul tem atraído grandes empreendimentos do setor justamente pela disponibilidade de terras, boas condições climáticas e logística de escoamento, como apontou a Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc).
Exportações
A sobretaxa chegou a ser classificada pela Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (Fiems) como "inaceitável" logo após o anúncio, e o presidente da Fiems, Sérgio Longen, defendeu a competitividade da indústria brasileira.
Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) apontam que as vendas somaram US$ 315 milhões (R$ 1,7 bilhão) de janeiro a junho deste ano, ante US$ 283 milhões no mesmo período do ano passado (R$ 1,5 bilhão) – uma alta de 12%.
O mercado norte-americano representa cerca de 6% da pauta de exportações de Mato Grosso do Sul, bem atrás do mercado chinês, que consome 48% da produção sul-mato-grossense.
Entre os produtos mais exportados estão:
carne bovina;
ferro fundido;
celulose - que, juntos, somam mais de 80% do total exportado.
** Colaborou Súzan Benites