G1/LD
ImprimirEm depoimento ao Ministério Público, o ex-executivo da Odebrecht João Borba Filho afirmou que o atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), recebeu pessoalmente, em 2008, R$ 350 mil em espécie. O dinheiro teria sido entregue na casa do deputado.
Rodrigo Maia nega a acusação e afirma que todas as doações que recebeu foram dentro da lei. Até a última atualização desta reportagem, o G1 buscava contato com Cesar Maia.
De acordo com o delator, o repasse foi feito a pedido do ex-prefeito do Rio de Janeiro Cesar Maia, que é pai do atual presidente da Câmara. Segundo ele, o recurso seria distribuído para o partido Democratas.
Borba Filho explica que recebeu um pedido para viabilizar um acordo que havia sido feito entre a Odebrecht e César Maia. O chefe de gabinete do então prefeito do Rio teria dito que a entrega deveria ser feita a Rodrigo Maia.
“Eu procurei (o chefe de gabinete) e me disse para eu entregar para Rodrigo Maia, que ia distribuir para o partido. Ele me deu o endereço do Rodrigo Maia e eu levei no endereço e, no dia marcado, entreguei a quantia e vim embora”, disse.
O delator explicou que o pagamento seguiu a linha dos outros feitos pela companhia, com pedido de senha para que a entrega fosse feita.
Borba Filho disse ainda que repassou R$ 500 mil para a campanha de Cesar Maia ao Senado em 2010. O depoente não deixou claro como foi feito o pagamento e se a doação foi oficial.
Em nota, Rodrigo Maia afirmou que todas as doações que recebeu foram solicitadas dentro da legislação, contabilizadas e declaradas à Justiça, em cumprimento à lei eleitoral.
"O processo vai comprovar que são falsas as citações dos delatores. Eu confio na Justiça, no Ministério Público e na Polícia Federal, e estou seguro que os fatos serão esclarecidos, e os inquéritos, arquivados", disse.