Sábado, 20 de Abril de 2024
Economia
11/08/2020 09:38:00
Sem renda há 140 dias, músicos pedem socorro à Câmara de Coxim

Sheila Forato

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Foto: Sheila Forato

Na manhã desta terça-feira (11), um grupo composto por cantores, músicos e produtores, se reuniu com o presidente da Câmara de Coxim, Vladimir Ferreira (PT), para pedir socorro. Também participou da reunião a vereadora Dinalva Mourão (PSDB).

Sem renda há quase cinco meses, por conta das restrições impostas pela Prefeitura no enfrentamento do Coronavírus (Covid-19), muitos deles estão passando por sérias dificuldades financeiras e pedem uma providência por parte do poder público.

A primeira delas é a liberação de música ao vivo em bares, lanchonetes e restaurantes que atendem os protocolos de segurança estabelecidos pela Vigilância Sanitária. A categoria também solicitou a abertura de edital por parte da Prefeitura para financiar apresentações de toda classe artística durante a pandemia, com limite de cinco cachês para cada profissional.

Ao exemplificar o pedido, o produtor musical, Paulo Monteiro, disse que uma das formas é o município patrocinar lives, pagando cachês para os cantores, músicos, técnicos, produtores e promotores. “A contrapartida da categoria seria promover entretenimento à população, de forma virtual”, explicou o produtor.

Na Funrondon (Fundação de Cultura, Desporto e Lazer Professora Clarice Rondon) a informação é de que não existe nenhum projeto municipal nesse sentido. Entretanto, o presidente Ricardo Haroldo Nogueira, que também é cantor, reconhece que é uma possibilidade a ser estudada.

Foto: Sheila Forato

“Não sou muito de me manifestar, de postar em Facebook ou opinar em grupos de Whatsapp, mas, penso que, se existisse sensibilidade por parte do poder público essa reunião nem deveria estar acontecendo. Eu sei o que preciso fazer para manutenção da minha família, quando abro a geladeira sei o que está faltando. Independente da esfera, o gestor público também deveria saber quais as reais necessidades do seu povo”, desabafou Toninho, que há quase 30 anos depende da música para colocar comida na mesa de sua casa.

Além de proibir apresentações musicais no comércio, a Prefeitura também restringiu, por meio de decretos, realizações de festas, seja de aniversário, batizado, casamento ou qualquer outra comemoração. Essa foi mais uma medida que atingiu os músicos, os primeiros a parar. Um dos DJs mais conhecidos da região, Izaque, relatou que tem enfrentado muitas dificuldades financeiras.

“Não está sendo fácil manter o básico do básico, que é comida, água e luz. Para você ter uma ideia estou travando uma luta com a operadora para não perder esse número de celular, que adquiri em 2004. Isso porque desde abril não consigo pagar a conta, que também é básica. Se você tentar me ligar agora não vai conseguir falar, a não ser que seja por WhatsApp”, avisou o DJ, que já animou centenas de festas no norte de Mato Grosso do Sul.

Ao término da reunião, Vladimir se comprometeu a conversar na tarde desta terça-feira com o prefeito Aluizio São José (PSB) para que o município encontre uma forma de amenizar as dificuldades que categoria está passando. “Precisamos encontrar um meio termo, dentro dos protocolos de segurança, para minimizar os efeitos das restrições nas vidas de cada um de vocês”, finalizou o presidente da Câmara de Coxim.

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