Sexta-Feira, 19 de Abril de 2024
Educação
04/11/2017 07:57:00
A um dia do Enem, embate judicial preocupa estudantes

O Globo/LD

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Às vésperas da realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a correção da redação ainda é uma questão judicial indefinida. O Ministério da Educação (MEC) tenta suspender na Justiça uma liminar que impede que redações que desrespeitem os direitos humanos fiquem com nota zero, como prevê o edital do Enem. A Advocacia-Geral da União (AGU) recorreu nesta sexta-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) de liminar do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), que atendeu ao pedido da Associação Escola Sem Partido para que o respeito aos direitos humanos não sirva de critério para anular redações. A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, também pediu a suspensão da liminar ao STF. A questão deve ser analisada pela ministra Cármen Lúcia no plantão do STF.

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), autarquia que aplica o Enem, declarou que o objetivo do recurso é garantir maior segurança quanto às regras que serão consideradas na correção das provas. A Associação Escola Sem Partido argumenta que o item que prevê a não correção de redações cujo texto atente contra os diretos humanos é inconstitucional. O Inep e o MEC não concordam. O ministro da Educação, Mendonça Filho, já recomendou que os alunos sigam as instruções do edital do Enem e respeitem os direitos humanos, sob pena de não serem bem-sucedidos. Ontem, em pronunciamento oficial em cadeia de rádio e TV, o ministro não falou no assunto. Apenas enumerou as medidas de segurança tomadas pelo MEC “para que o candidato tenha tranquilidade em relação à lisura do exame”.

A recomendação do ministro em relação à redação é seguida por educadores ouvidos pelo GLOBO. No Manual de Redação do Enem, que norteia a correção da prova, é dito que os direitos humanos têm que ser respeitados na proposta de intervenção. Como esta é uma das cinco competências avaliadas, mesmo que a nota não seja zerada em caso de violação, o candidato poderá perder pontos na sua nota final.

— O aluno tem que lembrar que o critério retirado, por enquanto, é o que anula a redação em caso de violação dos direitos humanos, mas a competência 5 continua valendo e exige isso. Ou seja, embora a redação não seja anulada, ele está sujeito à perda de pontos. O aluno deve fazer um discurso que seja compatível com a democracia e os direitos fundamentais. É o que vale na redação e na vida — afirma o coordenador de Redação do Colégio de A a Z, Rafael Pinna.

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