A edição 2017 do Enem será a primeira sem prova aos sábados. A notícia trouxe um alívio para adeptos sabatistas. Por uma questão religiosa, esses praticantes não podem exercer atividades aos sábados, até que o sol se ponha. Até ano passado, eles enfrentavam um confinamento de mais de cinco horas até iniciaram os exames.

"Era muito cansativo, porque entrava no horário normal como os outros, mas ficava o tempo todo sentado esperando passar as horas. Já começavam a prova muito cansados, e terminavam muito tarde", lembra Helencat da Silva, de 29 anos.

Neste ano, ela vai tentar o Enem pela segunda vez e acredita que terá mais chances de obter uma boa avaliação.

O marido de Helencat, Edilson Pereira Lima, de 33 anos, é um veterano do Enem e também sabatista. Ele participou do exame nas últimas edições e se inscreveu mais uma vez em 2017 para melhorar o currículo para as universidades federais.

Ele já passou pelo confinamento diversas vezes, o que pra ele foi muito desgastante. "Esse ano vai ser melhor. Além de ter nossos direitos religiosos preservados, vamos começar igual a todo mundo. Nós vamos ter uma chance maior de ter aproveitamento, porque antes ficavam em desvantagem por conta de cansaço físico e mental, sem poder fazer nada durante horas", comemora.

Mudanças

O Exame Nacional do Ensino Médio começa neste domingo para 6,7 milhões de candidatos em todo o Brasil.

A mudança nos dias e na ordem das disciplinas veio depois de uma consulta popular: o Enem passa a ser dividido em dois fins de semana consecutivos e terá, neste primeiro dia, a redação e 90 questões de linguagens e ciências humanas. (Os professores dizem que a estratégia dos alunos para resolver a prova também precisa mudar.)

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) também eliminou do exame a função de certificação do ensino médio, e ainda incluiu mudanças nos cadernos de prova, que passam a ter também os nomes dos candidatos para aumentar a segurança.