Quarta-Feira, 8 de Maio de 2024
Educação
05/04/2017 06:51:00
Mais de 60% dos jovens fora da escola no Brasil têm de 15 a 17 anos

UOL/PCS

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Foto: Arte UOL

Para ele, um dos fatores relevantes em afastar o aluno da escola é a reprovação, que leva à evasão e ao abandono do ano letivo, principalmente no ensino médio. Junto a isso, está relacionada a qualidade do ensino, que reflete na capacidade dos alunos de aprenderem na escola.

"Tem a ver com a falta de motivação intrínseca de todos os jovens, de enxergar que a escola pode trazer de fato algo de relevante para o futuro dele", explica.

Ele destaca, no entanto, que as mudanças previstas para o ensino médio a partir da MP (medida provisória) 746 não devem ser vistas como únicas e suficientes.

"Não basta flexibilizar o currículo, existe uma série de outras variáveis. O grande gargalo da educação brasileira hoje está na qualidade da prática pedagógica das escolas, dos professores. Isso quer dizer que precisamos ter políticas à altura da importância do professor, e não é a realidade que temos", explica.

Foto: Arte UOL

Avanços na educação básica, estagnação nos anos seguintes

O salto no índice de crianças brasileiras de 4 a 5 anos matriculadas na escola, por outro lado, é significativo: a taxa, que era de 72,5% em 2005, passou para 90,5% em 2015. Para Filho, o resultado vem de políticas de universalização do acesso ao ensino, adotadas na década de 1990 e no início dos anos 2000 para solucionar um problema generalizado de falta de vagas nas escolas.

"A mais famosa delas é o Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação), com mecanismos de financiamento que induzem à criação de vagas, principalmente no ensino fundamental", explica.

Ele destaca, no entanto, que mesmo tendo conquistado avanços significativos nos anos iniciais do trajeto escolar, o país ainda sofre para levar essas melhorias para as outras etapas do ensino, como o ensino fundamental II (do 6º ao 9º ano) e o médio.

"É razoável observarmos que a falta de qualidade da educação básica parece ter freado em grande medida a conclusão dessa universalização do acesso. O que se tinha na década de 1990 não se tem mais hoje, não há um problema tão grande de falta de vagas. Os principais motivos disso estão relacionados à qualidade", afirma.

De fato, o índice de crianças de 6 a 14 anos (faixa relativa aos ensinos fundamental I e II) matriculadas na escola pouco variou nos últimos 10 anos: passou de 96,7%, em 2005, para 98,5%, em 2015. Em números absolutos, os valores chegam a apresentar uma pequena redução --de 29.758.011, em 2005, para 27.460.209, em 2015.

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