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Educação
17/07/2017 13:22:00
Primeira fase do Vestibular da Uerj teve mais de 10% de candidatos faltosos

G1/LD

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O Primeiro Exame de Qualificação do Vestibular da Uerj teve mais de 10% de candidatos faltosos. Do total de 37.191 inscritos, 3. 860 (10,38%) não compareceram para fazer as provas de múltipla escolha de Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Humanas. No ano passado, com 80.248 inscritos, mais do dobro deste ano, o exame exame registrou 6.663 faltosos (6,30%).

A aprovação no Exame de Qualificação não implica na inscrição automática para o Exame Discursivo. O candidato deverá fazer nova inscrição específica para o Exame Discursivo.

A segunda fase estará aberta somente para os candidatos que tiverem obtido aprovação no Exame de Qualificação e que tenham concluído ou estejam cursando o último ano do ensino médio.

As provas de Língua Portuguesa, Redação e duas de disciplinas específicas para o curso escolhido, são feitas num único dia.

Ao contrário dos anos anteriores, onde um grande engarrafamento se formava na entrada principal do campus do Maracanã, na Zona Norte do Rio, neste ano o vestibular foi tranquilo e sem correria.

Os portões foram fechados às 9h05, com cinco minutos de tolerância aos estudantes. Apesar da falta de repasses e atrasos de pagamentos ameaçarem o início do próximo semestre letivo, muitos ainda acreditam no ensino da instituição.

Primeiro estudante a sair, com uma hora e 15 minutos de prova, Thiago Silva, de 18 anos, acredita que pode tirar uma boa nota.

"Achei tranquilo. Química estava mais difícil porque tinha coisa que ainda não estudei. Mas meu foco mesmo é o Enem", disse o estudante do 3º ano do Colégio Estadual João Alfredo, que pleiteia uma vaga para Educação Física.

Hannah Strauss, de 19 anos, que presta exame pelo segundo ano para Ciências Biológicas, disse que achou a prova fácil, mas trabalhosa. Ela disse que a universidade está em melhores condições que no ano passado.

"No ano passado salas e corredores estavam mais sujos e não tinha ar-condicionado nas salas. Este ano foi bem melhor. Vou fazer prova pra a Uni-Rio também, mas a Uerj tambem é importante, é referencia nessa área", destacou a estudante.

Camila Duarte, ex-aluna da UERJ, está esperançosa. Ele está tentando voltar para o curso de Letras e apesar das dificuldades, acredita que a situação da universidade vai melhorar. Diz que estudou o suficiente e não acha que vai ser mais fácil pelo menos número de concorrentes.

Para o casal de educadores Carla Luciana e Marcelo Vargas, funcionários do estado, seria muito importante que o filho Bruno, candidato ao curso de arquitetura, passasse para a Uerj. O jovem está fazendo vestibular pela primeira vez e também vai tentar vaga em outra instituições públicas.

"Queria muito que meu filho passasse pra Uerj, que é uma boa instituição. Está em um momento difícil, como tudo no Estado. Sou servidora do Estado, e acredito que vai melhorar. Governos mudam, isso vai passar", destacou Carla, que acredita que o filho nao terá facilidade diante do número menor de candidatos, pois ele é aluno da Faetec, que passou cinco meses em greve.

Dificuldades desde 2015

Em entrevista ao G1 em junho, o reitor da Uerj, Ruy Garcia Marques, confirmou que esta é a pior crise da história da instituição. Ele não negou o rótulo de “calamidade” dado à proporção da crise que atinge a Uerj, mas acredita na recuperação.

Até o fim de junho, o Governo do Estado devia cerca de R$ 300 milhões à Uerj, pelos cálculos da instituição. Na conta entravam pagamentos dos salários de abril, maio e o 13º salário de 2016 dos servidores da instituição, além dos contratos com fornecedores que cuidam da limpeza, segurança e manutenção dos elevadores, por exemplo.

Os serviços da instituição atualmente funcionam em condições mínimas. O bandejão do Campus Maracanã, o principal da instituição, que oferecia cinco mil refeições por dia a preços populares, está fechado desde 16 de janeiro. Depois de cinco adiamentos, o ano letivo recomeçou na Uerj em abril.

Quinta maior do Brasil

A quinta maior universidade do Brasil e 11ª da América Latina, de acordo com o ranking do Best Global Universities, tem pelo menos uma geração de alunos que já não sabe o que é estudar em uma instituição sem crise.

De acordo com alunos, professores e funcionários, os problemas da instituição são bem mais antigos do que o decreto de calamidade do Estado do Rio de Janeiro. A situação teria começado a se agravar ainda no ano de 2015, com os primeiros sinais de problemas no orçamento.

O governo do Estado informou que está negociando para resolver a questão da crise na universidade como a regularização de pagamentos a funcionários, bolsas e fornecedores da Uerj.

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