Para recuperar a titularidade e ajudar o time do Grêmio a conquistar a Libertadores, vale abrir mão até de dinheiro. Apresentado pelo novo clube nesta quarta-feira, Barrios disse que deixou os polpudos vencimentos no Palmeiras pela chance de atuar no time de Renato Gaúcho. A ideia é ajudar. Com gols, claro, mas com o foco no grupo, sem metas pessoais. E torce para que o clube vença a burocracia e consiga regularizá-lo para estar em campo no Gre-Nal deste sábado, pelo Gauchão.

Após o treino desta manhã no CT Luiz Carvalho, o centroavante recebeu a camisa 18 do vice de futebol Odorico Roman. Deixou claro que, apesar de não ter participado dos últimos treinos em razão da negociação com Eduardo Baptista, está em forma. E colocou o Grêmio no mesmo patamar do Verdão na luta pelo título da Libertadores. Tanto que preteriu o vínculo que tinha para aceitar a proposta tricolor:

– Estou muito contente da decisão que tomei, de vir ao Grêmio. Tinha mais um ano e meio de contrato com o Palmeiras, mas falei que queria vir ao Grêmio e fechamos. Acho que há momentos que o jogador precisa priorizar algumas coisas. Estou feliz porque queria atuar no Grêmio. O Palmeiras está muito forte, mas o Grêmio está na mesma situação, armando um time forte para a Libertadores. Quando você tem vontade, as coisas dão certo.

Barrios ainda comentou que sabia "das condições do Grêmio" e aceitou entrar nesta realidade, evidenciando que houve uma redução nos seus vencimentos. Só que, apesar de ser a principal contratação da temporada, evitou colocar tal responsabilidade exclusiva em seus ombros. O gringo reconheceu que um centroavante precisa fazer gols, mas está focado em contribuir com o que Renato necessitar em busca dos objetivos traçados:

– O cara do Grêmio é o time. Não serei o cara. Chego para trabalhar com meus companheiros e ajudar o time. A responsabilidade existe sempre. Sou o número 9, que se caracteriza por ser um finalizador. Prometo trabalho. A responsabilidade é de todos. Depois, gosto de fazer gols. Tomara que dê tudo certo para convertê-los.

O discurso agregador seguiu em sua apresentação. Barrios rechaçou estipular uma meta de gols para a temporada. Só prometeu dedicação. E, imbuído no espírito de auxiliar o grupo, torce para que esteja regularizado a tempo para estrear neste sábado e disputar o Gre-Nal, pelo Gaucchão.

– Eu prometo só trabalho. Sempre nos times em que passei, seja na Alemanha, Chile, pela seleção, prometi me esforçar ao máximo. Quando você faz isso, chega ao objetivo de fazer gols. Se estiver habilitado no sábado, será lindo jogar um clássico. Em casa, com nossa torcida, precisamos dar esta alegria. Se conseguir estrear, ficarei muito feliz. Tomara que com uma vitória do time.

O anúncio de Barrios ocorreu na última quarta-feira. Após a rescisão com o Palmeiras, o Tricolor oficializou o atleta com vínculo de um ano. A negociação se arrastou desde dezembro com o intermediário do negócio, o ex-lateral Paulo Roberto. Ele chega com o status de ser o "fazedor de gols" buscado pela direção desde o final do ano passado, como definiu o então vice de futebol Adalberto Preis. Pelo Palmeiras, marcou 13 gols em 44 jogos.

Confira outros trechos da entrevista:

Negociação com o Grêmio "Quando eu falei para fechar as coisas, sentia a vontade da diretoria, do treinador, que eu estivesse aqui. Isso faz com que o jogador possa ficar muito tranquilo, que um time te quer. Que tem vontade que jogue ali. Fico muito feliz de chegar aqui. A diretoria fez um esforço grande também ,com as condições que o Grêmio tem. Por isso falo que abri mão de um contrato de um ano e meio, aceitei a realidade do Grêmio. Eu sei para o time que venho e a responsabilidade que é vestir a camisa do Grêmio. Gosto destas coisas".

Protagonismo "O cara do Grêmio é o time. Não vou ser o cara. Vou ser um a mais para trabalhar, ajudar o time. Essa responsabilidade que estão falando está sempre comigo. Porque sou 9, sempre se caracterizou como um jogador de área, finalizador. Mas prometo só trabalho, trabalhar para o time, para melhorar cada dia. Como falei, o único cara vai ser o time. A responsabilidade é de todo mundo. Jogar no Grêmio tem responsabilidade. Esse é o pensamento. E obviamente gosto de fazer gols, sempre gostei, e tomara que dê tudo certo".

Reserva no Palmeiras "No Palmeiras ocorreram algumas coisas. Mudou o treinador. Um cara que gostava de jogar com o Gabriel Jesus à frente, ele em um grande momento. Não jogava com centroavante. Quando você fica sem jogar, perde o ritmo. Eu fazia o que podia quando jogava. Sempre busquei fazer o melhor. Você precisa ser um cara de grupo. Convivi 1,5 ano no Palmeiras. Os primeiros oito meses muito bons. Ganhamos a Copa do Brasil, depois alguns jogos do Brasileiro, mas é importante ter sequência. Quando tive, ajudei.

Libertadores "Como jogador, já joguei muitas vezes a Libertadores, é o sonho de todo jogador ganhar. É normal, como também como joga na Europa ganhar a Champions. Para ganhar temos que entrosar, que o time se conhecer. Começa a fase de grupos, é importante somar fora de casa para assegurar a classificação. Sabemos estes tipos de jogos, são jogos que precisam de experiência para os mais jovens e para o jogo. Não é fácil jogar, espero que a gente consiga, assim como o Grêmio jogou a Copa do Brasil, que consiga em um nível internacional na América do Sul".

Recepção e metas pessoais "Estou conhecendo agora os companheiros. Fui muito bem recebido. Estou muito feliz. A meta é conseguir coisas com o Grêmio. Quando você pensa no pessoal, não dá certo. Penso no time. Só quero o melhor ao Grêmio. Quero que siga assim, ganhando os títulos. Gosto de fazer gols, mas preciso colocar o grupo à frente".