Quarta-Feira, 24 de Abril de 2024
Esportes
29/10/2018 13:57:00
Com quedas, Brasil deixa escapar inédito top 5 e fica em sétimo no Mundial de Doha

Globo Esporte/LD

Imprimir

A equipe masculina do Brasil chegou a flertar com um top 5, colocou pressão na Grã-Bretanha nesta segunda-feira no Aspire Dome. Mas duas quedas de Arthur Nory no cavalo com alças, na última apresentação, e um de Caio Souza nas barras paralelas impediram a colocação inédita. Contando também com Arthur Zanetti, Francisco Barretto e Lucas Bitencourt, a equipe brasileira acabou na sétima posição na final do Mundial de Doha, caindo um posto em relação à classificatória e à sua melhor colocação da história.

  • O Brasil começou meio travado, foi desenvolvendo durante a competição, mas no último aparelho, o "touro com alças", que é como a gente está chamando de tão complicado, derrubou o Brasil. Mas é trabalhar mais. É uma competição bem difícil - disse o campeão olímpico Arthur Zanetti.

China, Rússia e Japão parecem ainda inalcançáveis, mesmo se não houvesse quedas para o Brasil, que somou 243,994 pontos. Os chineses por muito pouco conseguiram manter o domínio asiático na prova e ficaram com o título, com 256,634 pontos. Vice em Doha por 49 centésimos, os russos vão ter de esperar o ano que vem para quebrar essa tradição que tem quase 20 anos. Atuais campeões olímpicos, os japoneses ficaram com o bronze com 253,744 pontos. As equipes medalhistas de quebra levaram a classificação para Tóquio 2020. Enquanto os brasileiros vão buscar uma das nove vagas restantes no Mundial de 2019, em Stuttgart.

  • Apesar de termos errado, termos tido quedas, o desempenho do Brasil foi muito bom. Lutamos até o final, torcemos um pelo outro. Acho que não teve uma equipe aqui que não errou. É da competição. Erros acontecem. Estamos indo no caminho certo. Alcançamos nosso principal objetivo, que era estar na final. O que está vindo é lucro. Temos mais dias para mostrar que o Brasil não só um país que vem ao Mundial, vem para brigar. Ainda estamos um pouco longe dos líderes, mas estamos trabalhando para chegar lá - disse Caio Souza.

O Brasil volta ao Aspire Dome nesta terça, às 10h (de Brasília) para a final por equipes femininas. Há ainda seis chances de pódios individuais com Arthur Zanetti (argolas), Caio Souza (individual geral e salto), Flávia Saraiva (individual geral e solo) e Jade Barbosa (individual geral). O SporTV transmite ao vivo todas as finais do Mundial de Doha.

Primeira rotação - argolas

O Brasil começou a disputa em um ponto forte: as argolas. Foi o quarto melhor na classificatória neste aparelho e ainda melhorou o próprio desempenho na final. Caio abriu com 14,200. Zanetti teve uma saída cravada e repetiu os 15,033 da classificatória. Lucas, que havia errado a saída do aparelho no primeiro dia, desta vez não teve falhas graves e tirou 13,666. Somando 42,899, o Brasil aproveitou falhas dos rivais para abrir a disputa na segunda posição, atrás apenas da Rússia, que conseguiu 43,199 no solo.

Segunda rotação - salto

Era a vez do salto, um aparelho que costuma render muitos pontos ao Brasil. Nory abriu com um Yurchenko com dupla e meia e conseguiu 14,233. Finalista do aparelho em Doha, Caio teve problemas com sua tripla pirueta e tirou 14,191. Zanetti quase caiu, mas ainda somou 13,633. Com 42,057, o Brasil ficou pouco mais de um ponto abaixo do seu desempenho na classificatória e viu a Grã-Bretanha voar no salto para a liderança. Os brasileiros mantiveram a segunda posição, porque os russos tiveram problemas no cavalo com alças.

Terceira rotação - paralelas

O Brasil havia surpreendido positivamente nas paralelas durante a classificatória, mas o bom desempenho não se repetiu na final. Chico abriu com problemas menores e tirou 13,408. Caio, que havia puxado a nota da equipe na sexta, desta vez sofreu uma queda. Ele se recuperou bem, mas o 12,933 foi quase dois pontos abaixo do que tirou na classificatória. Lucas teve um desequilíbrio grande e bateu com o pé no aparelho durante um voo para tirar 13,333. Com 39,674 pontos, o Brasil despencou da segunda para a oitava posição. O Japão voou no salto para assumir a liderança, seguido pelos russos, que tiveram ótimo desempenho nas argolas.

Quarta rotação - barra fixa

Era preciso recuperar logo, já na barra fixa. Nory aumentou a dificuldade da sua série em relação à classificatória e praticamente cravou tudo e tirou 14,200 pontos, uma nota que se tivesse feito na classificatória estaria na final do aparelho. Caio perdeu o equilíbrio em uma parada de mão, mas ainda conseguiu 13,533. Finalista olímpico do aparelho, Chico teve problema na sua saída e tirou 13,800. Com 41,533 pontos na barra fixa, o Brasil conseguiu subir para a quinta posição, passando rivais como Holanda e Grã-Bretanha, que sofreram quedas. A Rússia teve grande desempenho no salto e assumiu a liderança, seguida de perto por China e Japão. Os três favoritos começaram a disputa interna pelo pódio.

Quinta rotação - solo

O bom embalo seguiu para o solo. Zanetti trabalhou bem as chegadas que foram o problema na classificatória e abriu com 13,866. Medalhista de bronze no solo da Rio 2016, Nory praticamente cravou sua série e conseguiu 14,166. Caio também comemorou muito sua série de 13,900. Com 41,932 pontos, o Brasil acabou sendo ultrapassado pela Grã-Bretanha, que também deu show no solo. Por outro lado, abriu vantagem em relação a Suíça e Holanda. Na briga pela ponta, a Rússia sofreu uma queda nas paralelas e caiu para a segunda posição. A China contou com um 16,200 de Zou Jingyaun, atual campeão mundial da paralela, para assumir a liderança. Atual campeão olímpico, o Japão ficou um pouco atrás na disputa.

Sexta rotação - cavalo com alças

Para o fim ficou o cavalo com alças, o ponto fraco do Brasil, o que quase derrubou o time na classifiatória. Lucas havia caído na sexta, mas desta vez completou sua série e tirou 12,633. Chico, que quase pegou final do aparelho em Doha, mais uma vez fez uma apresentação limpa e garantiu 13,666. Só que o "touro com alças" derrubou o Brasil mais uma vez. Na última série, Nory sofreu duas quedas e tirou apenas 9,600. Com apenas 35,899 pontos no aparelho, não deu para evitar a queda para a sétima posição.

Atual campeão olímpico, o Japão contou com uma queda no solo para sair de vez da disputa pelo ouro. Ao menos garantiu o bronze e a vaga em Tóquio 2020. A China teve problemas na barra fixa, mas o desempenho nas paralelas foi tão bom que segurou a liderança e o título por 49 centésimos de diferença. A Rússia teve de se contentar com a prata.

COMENTÁRIO(S)
Últimas notícias