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Esportes
21/08/2018 13:51:00
Cruzeiro propõe solução para ter Dedé na Copa do Brasil e cobra CBF por calendário

Globo Esporte/LD

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Junto de Corinthians e Flamengo, que também tiveram jogadores convocados para os amistosos da Seleção em setembro, o Cruzeiro propôs duas alternativas à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para contar com Dedé na primeira partida da semifinal da competição diante do Palmeiras, no dia 12 de setembro. Presente na reunião de clubes na sede da Conmebol, no Paraguai, o presidente da Raposa, Wagner Pires de Sá, detalhou as tratativas que os clubes vêm realizando com a CBF para utilizar os jogadores.

  • Nós pedimos à CBF a possibilidade de adiamento da partida (de quarta para quinta-feira). Existe um problema da televisão, que de uma certa forma fazem uma programação. Não sei se é difícil. Eles poderiam facilitar, colocar um programa de quinta para quarta. Seria uma atitude louvável aos clubes. Outra reivindicação feita por nós é que, são 24 jogadores convocados, que se coloque os três convocados para o primeiro jogo e depois haja a liberação. Ele (Tite) não vai poder colocar todos em um jogo só. Que os nossos jogadores sejam utilizados no primeiro e que depois sejam dispensados. Seria uma atitude coerente, lógica, seria agradável para o clube. No caso nosso, específico, estamos perdendo um dos melhores jogadores do elenco - disse o presidente cruzeirense.

Dedé foi chamado para os amistosos dos dias 7 e 11 de setembro, com Estados Unidos e El Salvador, em Nova Jersey e Washington, respectivamente. Um dia depois do segundo amistoso, o Cruzeiro começa a decidir uma vaga nas semifinais. O clube já havia emitindo um comunicado, reclamando do desequilíbrio esportivo, citando o fato de o Palmeiras, adversário na competição, não ter tido atletas convocados.

Wagner Pires adiantou que o Cruzeiro ainda recebeu uma posição oficial da CBF sobre o tema, mas espera o bom senso da confederação para que os clubes que estão na Copa do Brasil não sejam prejudicados.

  • Ainda não temos uma posição oficial, já fizemos um pedido à CBF ontem (segunda-feira), através de mensagens. O Bandeira (de Mello, presidente do Flamengo) também pediu à CBF também, com autorização do próprio presidente do Corinthians (Andrés Sanchez), para que aceitasse essa maneira que seria um maneira de ajudar os clubes. Da maneira que está, no calendário, está matando os clubes - reclamou o dirigente.

Respiro no calendário

Participando da reunião na Conmebol, o dirigente cruzeirense citou outra reivindicação dos clubes com a CBF. Sabendo que, em 2019, as equipes vão ter pouco tempo de pré-temporada, devido à realização da Copa América, no meio do ano, as agremiações querem que os Estaduais sejam alongados e que as equipes que tenham mais competições a disputar possam utilizar "aspirantes".

  • Nós temos outra reivindicação para acertarmos com a CBF, que ela também precisa fazer com outras federações estaduais: esticar o campeonato estadual. Disputar o stadual, não desmerecendo os campeonatos regionais, com um time misto, que pode ter profissional, mas seria um sub-23, por exemplo. Voce esticaria o certame de fevereiro, março até outubro, por exemplo. Seria bom para os times do interior, que não disputam as finais. O que vem acontecendo é o seguinte: os times não entram nas finais e acaba prejudicando os times menores, porque ficam sem atividade. Nós colocamos isso, mas temos que conversar com a CBF, ela tem que chamar as federações, para fazer junto no calendário para que aliviasse as competições. Ano que vem, tem Copa América. Daqui a pouco, você está jogando de manhã e à noite.

Reunião na Conmebol

Segundo o presidente Wagner Pires, na reunião da Conmebol (formada pelos 16 clubes que estão nas oitavas de final da Libertadores), foi discutida a questão do respiro no calendário dos clubes. O dirigente citou até uma situação envolvendo o Atlético Nacional, da Colômbia.

  • Foi muito boa (a reunião). Foram colocadas várias questões, os clubes que compõe a comissão da Conmebol, que são os que participam da Libertadores, colocaram, principalmente, a necessidade de se coordenar os calendários dos jogos. No Brasil, nós estamos tendo várias competições, colocam jogos em cima das diversas competições, que, no final das contas, são as mais importantes do Brasil. Houve promessa de se coordenar calendário. Inclusive na Europa, quando se convocam jogadores para a seleção, o campeonato para. Aqui não para. Não só não para, como estamos ficando até sem data. Jogando domingo, quarta, sábado, quinta. Foi proposta (mudança), e a Conmebol vai procurar a CBF. A Fifa programa os jogos com quatro anos de antecedência e coloca de uma forma que não se prejudique os clubes. Os clubes estão ficando prejudicados. Os clubes têm feito opções: “ah, vou ficar com a Copa do Brasil”, “ah, vou priorizar a Libertadores”, “eu vou priorizar o Brasileirão”. Nós mesmos estamos jogando para baixo as competições mais sérias. Nós mesmos estamos desmerecendo as competições. O time não aguenta, os jogadores não aguentam, não tem tempo de descansar e treinar. Houve um caso de um camarada da Colômbia, que ele tem jogos com 24 horas de diferença. Joga um jogo e, depois de 24 horas, joga outro. Todos falamos que isso é proibido. Essa foi a grande reivindicação. A Conmebol prometeu estudar isso.

Nós mesmos (clubes) estamos jogando para baixo as competições mais sérias. Nós mesmos estamos desmerecendo as competições

O dirigente cruzeirense citou que também foi prometido um aumento na premiação da Libertadores do próximo ano, como vem ocorrendo há alguns anos.

  • A premiação foi falada, que vem dobrando desde 2015. Acho que passou de mais de R$ 50 milhões (premiação geral em torno) para R$ 103, 104 . Mas vai continuar. Tem uma tabela de valores, porque se você passa de uma fase para outra, você ganha um tanto. Para o ano que vem, vai aumentar um pouco mais.

Outra situação citada por Wágner Pires, e que também foi discutida na reunião, tratou sobre a punição aos clubes na Libertadores. Ele citou o exemplo da responsabilidade de segurança na competição e os custos que o Cruzeiro tem em uma partida.

  • Uma questão crucial é sobre o sistema de punição, por exemplo, da Conmebol aos clubes. Eles exigem, por exemplo, que sejamos responsáveis não só pela parte interna, como inclusive no entorno do estádio. Os clubes, na legislação brasileira e argentina, por exemplo, essa fiscalização fica por conta do Estado, pela Polícia Militar. Nós gastamos, além da responsabilidade, gastamos quantias consideráveis com as centenas de seguranças que a gente utiliza em uma partida. No nosso último jogo, contra o Santos, por exemplo, tivemos uma despesa de entorno de 200 mil reais. Apesar disso tudo, é difícil fiscalizar a entrada de objetos, por exemplo. Mesmo a polícia pegando, eles têm penalidades aos clubes. A Conmebol prometeu estudar a legislação dos países, até onde pode melhorar isso. As multas são consideráveis, tem multa que vai até 50 mil dólares.
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