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Esportes
11/02/2019 14:16:00
De volta, Jorginho abre jogo sobre 2013, comenta divergência com Carnielli e diz: "Vim para ficar"

Globo Esporte/LD

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Jorginho abriu o jogo no primeiro dia da volta ao Moisés Lucarelli. O novo técnico da Ponte Preta atendeu a imprensa antes do treinamento desta segunda-feira de manhã, o último antes da viagem para a estreia na Copa do Brasil, e não fugiu de nenhum assunto, principalmente relacionado ao trabalho realizado em 2013 e ao presidente de honra Sérgio Carnielli.

Vice-campeão da Sul-Americana com a Macaca há pouco mais de cinco anos, o ex-lateral-direito falou detalhadamente sobre a divergência que teve com o cartola, que era contra a prioridade dada ao torneio internacional e queria a permanência na Série A. Jorginho falou pela primeira vez do assunto e revelou detalhes de uma reunião antes da partida contra o Vélez Sarsfield, pelas quartas de final.

– Existem momentos que você pode tomar uma decisão. O grande problema é que estávamos com 18 mil ingressos vendidos, todo mundo esperando a gente passar para uma semifinal e enfrentar o São Paulo. Fizemos uma reunião, eu, Márcio Della Volpi e o presidente [Sérgio Carnielli], e ele falou para colocar o time reserva. Eu falei: presidente, você tem todo o direito, é só me mandar embora que você tem todo o direito de botar quem você quiser – disse Jorginho.

"Disse a ele: nós temos um compromisso com essa torcida, essa torcida é apaixonada, centenária e não tem um título. E nós temos a possibilidade, por que não? Quando chegamos à final recebi os parabéns de todos, inclusive dele, mas quando sai daqui fiquei sabendo de algumas coisas. Mas nada me entristece, são algumas passadas, uma nova gestão, um novo tempo, e a gente tem que ir em busca desse título que a Ponte não tem".

Ao lado do auxiliar Luiz Iubel, que o acompanha desde o trabalho no Bahia, e o preparador físico Joelton Urtiga, com quem trabalha desde 2005, Jorginho mostrou felicidade de retornar ao Moisés Lucarelli. Ele brincou com a "disputa" com Gilson Kleina pelo cargo e mostrou confiança que será capaz de fazer um grande trabalho e interromper a sequência de trocas no comando da Ponte. Foram sete mudanças em 13 meses da gestão de José Armando Abdalla.

– A Ponte é um clube que tem uma história linda, mas falta ainda a cereja do bolo. Meu nome foi sondado muitas vezes, inclusive antes do Gilson Kleina vir aqui ano passado. Chegamos a acertar algumas coisas, mas tinha questão de família, uma viagem marcada, e acabei não vindo para cá. Dessa vez muito se falou no Gilson e acabou vindo para mim. Acredito que era para eu estar aqui nesse momento, e não o Gilson. Não sou especial, mas tenho certeza que eu vim para ficar. Vim para ficar um bom tempo. Aconteceu na minha vida de quebrar alguns recordes, e como tem sido constante a troca de treinadores, vim aqui para que isso não aconteça tão cedo.

A estreia de Jorginho será nesta terça-feira, às 19h15, contra o Aparecidense, pela primeira fase da Copa do Brasil. A Ponte, por ter um ranking melhor que o adversário, tem a vantagem do empate para se classificar. O GloboEsporte.com faz a cobertura da partida em Tempo Real, com vídeos, a partir das 18h45. Veja mais declarações de Jorginho:

Felicidade de voltar

– Para mim é uma honra estar vestindo essa camisa novamente, retornando a um clube em que tive uma história bem intensa por três meses. Sentimentos diversos, mas que com certeza, até mesmo relembrando aqui da minha fala na minha saída, que um dia eu voltaria. Estou muito feliz de estar de volta a esse grande clube e tenho certeza que faremos um grande trabalho aqui.

Dívida com a Ponte

– Toda vez que sai de um clube e não consegue os maiores objetivos é claro que fica uma dívida. Mas acho que a gente fez um grande trabalho. Pegou a Ponte com 15 pontos e tentou de todas as formas livrar da degola. Infelizmente não conquistamos esse objetivo e também outro, que era tão importante, porque era um sonho de todos nós sermos campeões. Quando retornamos do aeroporto, vi alguns da terceira idade chorando e aquilo me comoveu muito. Eles querem ver a oportunidade de ver a Ponte campeã, e isso que buscamos. A dívida é porque a gente não alcançou realmente o objetivo, e eu achava que tínhamos condições de alcançar os dois objetivos. Nós priorizamos aquilo que estava diante de nós, que era a permanência e a conquista da Sul-Americana. Que bom que eu tenho uma nova oportunidade de criar uma nova história.

Elogios ao trabalho de Mazola

– Acontece, mas queria só relatar que a equipe vinha jogando bem, teve realmente bons jogos, mas não estava conseguindo um resultado positivo. Tudo poderia acontecer nesse jogo [contra o São Paulo], como eu estava conversando com o Felipe [gerente de futebol]. Um gol poderia mudar o rumo da partida, e logo em seguida saiu o nosso gol. E nós começamos a jogar melhor a partir daquele momento. A gente estava muito atrás no primeiro tempo, não conseguia ter a posse de bola no campo do adversário. Começou a acontecer no segundo tempo, de trabalhar mais a bola, e quando saiu o gol nos deu uma tranquilidade maior de jogar. São Paulo não podia perder esse jogo de jeito nenhum e foi em busca da virada. Uma mudança de treinador movimenta alguma coisa, são características diferentes, jogadores que se encaixam em uma forma de trabalhar. Mas seria injustiça dizer que a equipe do Mazola não estava jogando bem.

Envolvimento com parte política

– Gostaria de deixar muito claro meu respeito ao presidente de honra Sérgio Carnielli. Nunca tive nenhum tipo de problema com ele. Em relação àquela situação, não tem muito o que ficar falando, porque todas as atitudes tomadas foram em conjunto, não sozinho, em reunião com ele e o Márcio, que era nosso presidente naquela oportunidade. Não me envolvo com política. Em época de eleição acontece isso, como foi no Vasco. Meu foco é o campo, não posso estar preocupado com isso. Não quero me envolver dessa forma porque meu trabalho é no campo, então tenho que estar focado nisso. Tenho todo o suporte da presidência atual, isso que importa para mim. Fui contratado por essa gestão e estou muito feliz de retornar aqui.

O que mudou de 2013 para hoje

– Passaram-se cinco anos e com certeza estou mais experiente, mais rodado, mais maduro em muitas decisões, com muito mais motivação em relação a uma conquista. Sei que não é fácil, a gente conseguiu se recuperar no Campeonato Paulista e tem todas as chances de classificar. Estamos dando início à Copa do Brasil e também tem a Série B, que é uma realidade.

Impor estilo ao elenco

– Para esse jogo tenho que dar uma continuidade ao que o João [Paulo Sanches, auxiliar fixo da comissão técnica] fez no último jogo. Tenho uma forma de trabalhar, uma metodologia de treinamento. Após o jogo com o Novorizontino, temos aproximadamente oito dias e algumas semanas com tempo bom para trabalhar. Aí sim pode inserir algumas situações. Por exemplo: saída de bola a gente sempre faz ligação direta, tiro de meta longo, nunca sai jogando. Eu tenho várias saídas de bola, várias jogadas, então são coisas que a gente precisa fazer, mas o goleiro precisa atuar um pouco mais com o pé e não pode ser para esse jogo. Tem que ser com tempo para trabalhar.

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