Globo Esporte/LD
ImprimirO Fluminense vive novamente uma situação complicada fora de campo. Com suas principais receitas comprometidas e sem crédito no mercado, o clube se vê em meio à uma asfixia financeira. Os vencimentos de julho (CLT) deveriam ter sido quitados na última terça-feira, o quinto dia útil do mês. O clube deve ainda um mês (junho; o próximo vence no dia 15) de direitos de imagem aos atletas, mas não há qualquer previsão de pagamento.
A situação vem se agravando. O início do ano foi mais tranquilo em função das cotas de televisionamento do Campeonato Carioca. Em abril e maio, o clube recorreu à soluções pontuais para quitar a folha salarial após alguns dias de atraso. Primeiro, pegou um empréstimo. Depois adiantou cotas de TV. Em junho, a salvação veio da venda do volante Douglas para o Corinthians.
As soluções adotadas resolveram o problema em um primeiro momento, mas deixaram o clube sem crédito no mercado e comprometeram as receitas. A mensalidade dos sócios, por exemplo, foi dada como garantia para o empréstimo de abril. Já a antecipação do dinheiro da televisão diminiu o valor recebido a cada mês. Some isso ao pouco dinheiro recebido em patrocínios (o master, aliás, foi rescindido na última quarta-feira) e aos constantes prejuízos em bilheteria com o Maracanã.
Salários do Flu em 2018 (vencimento no 5º dia útil do mês seguinte):
Janeiro - em dia
Fevereiro - em dia
Março - em dia
Abril - atrasou, pago com empréstimo
Maio - atrasou, pago com antecipações de cotas de TV
Junho - atrasou, pago com a venda de Douglas
Julho - atrasado e sem previsão de pagamento
Sem ter mais de onde tirar dinheiro, o Tricolor precisa de receitas extraordinárias para sobreviver. No momento, ela pode vir de dois lugares específicos: da venda de Richarlison para o Everton (o Flu estima ter direito a cerca de R$ 17 milhões, mas ainda não sabe quando receberá o dinheiro) ou da venda de jogadores do elenco atual - como já foi feito com Douglas no mês passado. O zagueiro Ibañez, o lateral Ayrton Lucas e o atacante Pedro são os mais valorizados.