Quinta-Feira, 25 de Abril de 2024
Esportes
26/11/2018 09:55:00
Inter lava a alma com terceiro lugar, se emociona no Beira-Rio e exorciza de vez a Série B

Globo Esporte/LD

Imprimir

Um ciclo tortuoso se encerrou no domingo. A emoção demonstrada pelos colorados desde o apito final de Héber Roberto Lopes para sacramentar a vitória do Inter por 2 a 0 sobre o Fluminense no Beira-Rio não se restringiu ao terceiro lugar e a classificação à fase de grupos da Libertadores. A alegria era por saber que o rebaixamento e a penúria da Série B , enfim, ficaram no passado. Um novo ciclo se inicia.

A comoção, é bem verdade, iniciou nos minutos derradeiros. Aos 44 minutos do segundo tempo, Odair Hellmann sacou D'Alessandro e promoveu a entrada de Camilo. Antes de rumar ao banco de reservas, o camisa 10 foi até o treinador e o abraçou.

Após a partida, os jogadores repetiram o gesto entre eles próprios e os membros da comissão e, antes de rumarem ao vestiário, se dirigiram até os torcedores. Quiseram retribuir o carinho recebido dos 31.395 presentes.

O ano, apesar de restar a partida com o Paraná no próximo domingo, estava finalizado. O Inter confirmou o terceiro lugar com 68 pontos e a garantia de não passar pelas fases eliminatórias do torneio continental.

De Mesquita ao Beira-Rio contra o Flu

Só que havia muito mais do que isso envolvido. Afinal, o rival em questão era o Fluminense. Justamente o algoz colorado em 2016. Foi em Mesquita, no Rio de Janeiro, em 11 de dezembro, ao qual o duelo acabou empatado em 1 a 1 e culminou com o inédito rebaixamento.

Esta coincidência não foi esquecida pelo vestiário. Logo no início de sua entrevista coletiva, o vice de Roberto Melo não conteve as lágrimas. Além da pressão enfrentada ao longo dos dois anos no cargo de vice de futebol, quando chegou a ser ameaçado e teve a casa pichada, superava o trauma do doloroso duelo com o Fluminense, assim como a trôpega Série B.

  • É um sentimento de trabalho bem feito. Até gostaria... Estou um pouco emocionado. Passamos muitos momentos difíceis, comissão, direção, jogadores. Hoje (ontem), conquistamos algo importante. Queria dedicar a vitória e vaga direta ao torcedor que em 2016... Ele foi até a última rodada, acompanhou o clube em Mesquita. Esse torcedor chorou. Nós todos choramos naquele momento, mas hoje podemos sorrir de novo e acreditar que coisas melhores virão - disse Melo.

    "Queria dedicar a vitória e vaga direta ao torcedor que em 2016... Ele foi até a última rodada, acompanhou o clube em Mesquita. Esse torcedor chorou. Nós todos choramos naquele momento, mas hoje podemos sorrir de novo e acreditar que coisas melhores virão" (Melo)

Reformulação geral

Para chegar a esta redenção, o Inter passou por uma intensa reformulação. Poucos funcionários, sejam eles membros da comissão técnica ou grupos de jogadores permanecem. Por exemplo, dos que estiveram no fatídico empate em solo carioca, atuaram no domingo Rodrigo Dourado e Nico López. O primeiro virou o capitão do time, enquanto o uruguaio liderou a vitória, ao marcar os dois gols da partida.

Entretanto, há outro nome ao qual também subiu na hierarquia neste processo: o próprio Odair Hellmann. Antes auxiliar, o Papito, como é chamado, hoje é o técnico do Inter. E não esqueceu deste capricho do destino. Pelo contrário. Colocou quase como um objetivo o resultado positivo.

Só que, para chegar até este degrau, não faltaram provações. Houve as quedas prematuras no Gauchão (quartas de final para o Grêmio) e Copa do Brasil (Vitória na quarta fase) e começo de Brasileirão complicado. A falta de resultados aumentou a contestação da torcida, mas a direção, apesar de trocar o executivo do futebol (saiu Jorge Macedo e chegou Rodrigo Caetano), manteve Odair e deu novas alternativas para o técnico, como Zeca, Emerson Santos e Jonatan Alvez (Rithely, Sarrafiore e Guerrero também foram contratados, mas ainda não estrearam).

– Esse jogo teve alguns simbolismos. A atuação contra o Fluminense há dois anos. Hoje (ontem) tínhamos que fechar diferente. Nos reconstruímos. Passamos etapas esse ano, algumas mais difíceis, mas tivemos o respaldo da direção, à qual agregou o Rodrigo neste trabalho – destacou Odair.

"Tínhamos que fazer um ano assim, de resgate, de construção, da representação do que foi sempre a história do Inter. Seria degrau em degrau e sem querer dar um passo maior. Resgatamos essa autoestima, essa felicidade, esse orgulho do torcedor. Não é um ano excepcional, mas é excelente por toda reconstrução". (Odair)

O título não veio, mas o Inter termina 2018 com a sensação de dever cumprido. Recuperou a confiança da torcida, garantiu o terceiro lugar (atualmente soma 68 pontos) e já está na Libertadores de 2019 para lutar pelo tricampeonato. É tempo de celebrar. Esta segunda-feira será de merecido descanso, para o retorno às atividades na quarta. Na última rodada, o time enfrenta o Paraná. A partida ocorrerá no próximo domingo, às 17h, no Durival Britto, em Curitiba.

COMENTÁRIO(S)
Últimas notícias