Principal atração da coletiva de imprensa do UFC 235, realizada nesta quinta-feira, em Las Vegas, Jon Jones, gripado, teve participação discreta na atividade. O campeão do peso-meio-pesado, que defenderá o cinturão contra Anthony Smith no evento marcado para 2 de março, pregou respeito ao oponente, bem menos badalado que seus rivais anteriores.

• Ser o favorito é uma posição perigosa de se colocar. Essa coisa de ser o favorito... Tem que ter humildade de entender quem é o oponente, que você corre riscos. O que a gente faz no fim das contas é lutar. Errei na minha primeira luta contra Gustafsson, achei que não tivesse nada que fosse me surpreender, e ele quase me venceu. Estou levando Smith extremamente a sério, ele tem o dobro da minha experiência. Ele merece enfrentar minha melhor versão.

Apesar do tom respeitoso ao falar do compatriota, Jon Jones acredita que terá uma atuação marcante no octógono daqui a um mês.

• Certamente posso ser melhor do que já fui. Estou no meu melhor momento, lutei contra o Gustafsson há poucas semanas e lá vou eu para mais um camp. A energia está muito bacana, estou me sentindo muito bem, treinando boxe, tenho um ótimo professor. Estou treinando como canhoto para me sentir como um. Minhas mãos estão mais pesadas treinando assim, eu sinto. A cada dia descubro que não sei nada de boxe, tenho muito a evoluir. Nesse período entre as lutas tenho descoberto meu lado mais selvagem. Essa será minha melhor performance.

Questionado sobre as armas que teria para bater um campeão que enfileirou estrelas do esporte, como Daniel Cormier, Mauricio Shogun, Vitor Belfort e Lyoto Machida, Smith demonstrou impaciência.

• Vocês vão falar isso o tempo todo? As pessoas duvidaram de mim durante a minha carreira toda, não é novidade para mim. O que fazemos é esquecer o nome, não olhar para quem está do outro lado. Sabemos quem enfrentaremos e estamos planejando uma luta bacana. Para mim, é só uma luta e pretendo ser o campeão durante muito tempo. Ninguém nunca esperou vitórias de mim e estou aqui. É isso que vou fazer, atacar os problemas e partir para cima dele.

Campeão do peso-meio-médio, Tyron Woodley trocou farpas com Kamaru Usman, com quem mede forças na co-luta principal do evento, tentando entrar na mente do nigeriano.

• Sou seu mentor, você está falando com seu técnico. Você não acredita em você mesmo, não irá me vencer. Vou te colocar para baixo e, se for na trocação, vou te nocautear, te liquidar no chão. Não há nenhum lugar desse jogo que você me vença - disse Woodley, rebatido por Usman.

• Venha motivado assim e traga isso para o octógono. No fim das contas, sou eu que vou acabar com você.

O clima entre Cody Garbrandt e Pedro Munhoz, no entanto, foi o oposto. O brasileiro brincou ao falar sobre o ex-campeão do peso-galo e adotou a costumeira postura respeitosa, sem partir para alfinetadas e provocações.

• Sei que muita gente me pede para que eu fale e provoque mais... O fato é que estou empolgado, mas não tenho nada de errado para falar dele. Olha esse cara, é até bonitão (risos). Não tenho nada a falar dele (risos). Somos bons de wrestling, temos jiu-jítsu. É uma grade luta, os dois vão pra cima. Eu acredito 100% que depois de vencê-lo serei o próximo desafiante ao título.

Garbrandt agradeceu ao brasileiros pelas palavras e prometeu retornar à condição de campeão da categoria, atualmente dominada pelo desafeto TJ Dillashaw.

• Pedro é um cara legal, excelente competidor, mas é minha vez de voltar ao topo mais uma vez.