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Esportes
28/02/2019 10:01:00
Jon Jones relata rotina de testes antidoping: "Talvez o mais testado de todos os tempos"

Combate/LD

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Jon Jones carrega a desconfiança por onde anda. Ele sabe disso, mesmo com 23 vitórias na carreira e apenas uma derrota - polêmica por conta de golpes ilegais que o desclassificaram. Ele usou um ídolo pessoal e do MMA para apontar a necessidade de sempre se provar, como fará mais uma vez no próximo sábado ao defender o cinturão meio-pesado (até 93kg) diante de Anthony Smith, no UFC 235, em Las Vegas.

  • Essa será a minha 13ª luta valendo título na carreira e ainda acho que tenho muito a provar. Anderson Silva, por exemplo, foi o Deus desse esporte por tantos anos e depois de uma lesão, depois de alguma recuperação, ele não vale mais ouro, as pessoas deixaram de o colocar na discussão entre os melhores. Por isso, sei que para se manter no topo você precisa fazer coisas inquestionáveis sempre. Por isso tenho tanto ainda a provar - afirmou, numa entrevista exclusiva ao Combate.

Mas, naturalmente, a dúvida que recai sobre Jon Jones diz respeito aos casos relacionados a doping que permearam sua carreira durante os dez anos como lutador profissional até aqui. Diante de uma série de testes positivos e suspensões, ele hoje vive uma realidade diferente dos demais atletas no UFC. A presença em casa é constante de órgãos como a USADA (Agência Antidoping dos EUA), a VADA (Agência Voluntária Antidoping) e a Comissão Atlética de Nevada.

  • Tem sido desgastante. Representantes da USADA chegam a bater na porta da minha casa para testes 3 vezes por semana, isso é muito. Fico agradecido de não ter que fazer o teste de sangue em todas as vezes, mas no fim das contas só quero respeitá-los porque estão fazendo o trabalho deles. E eu fazendo o meu.

Aos 31 anos, Jon Jones ressalta a confiança na própria honestidade, mesmo que a dúvida paire na cabeça de fãs. Ele reafirma sua inocência diante da carga de testes a que tem se submetido nos últimos tempos.

  • Não estou preocupado com isso, estou limpo e confio em como estou. Venho sendo testado exaustivamente nos últimos quatro anos e tenho certeza que sou o cara mais testado em doping nesse último ano, talvez o atleta mais testado de todos os tempos. Esse sistema antidoping é relativamente novo e é bom para todos aprenderem os detalhes de cada substância. Não me importo de fazer muitos testes, isso ajuda os atletas no futuro.

De volta à luta de sábado, Jon Jones garantiu que não tem lesões e não tem resquícios de problemas no pé direito, consequências da luta de dezembro com Gustafsson, quando reconquistou o cinturão após cumprir suspensão. Ele ressalta o clima amistoso que tem vivido com Smith, bem diferente da troca de provocações das lutas anteriores, seja com Daniel Cormier ou Alexander Gustafsson.

  • Essa luta contra Anthony Smith tem sido com outro clima. Ele tem sido tão respeitoso comigo e eu com ele, e isso é renovador, porque o MMA é fundamentalmente assim: dois caras com bastante orgulho, que trabalham bastante para estar ali, lutam e se respeitam. É bom ter isso novamente, focar na parte física e não no drama. Acredito que haja uma pressão para eu vender bem essa luta, muitos esperam que eu faça coisas controversas, inusitadas, e eu faria isso se fosse necessário, mas Smith tem sido muito respeitoso e humilde. Claro, se ele mudar de atitude, mudo também, mas até agora tem sido ótimo.

Acostumado a mostrar seu poder nas mãos, Jon Jones acredita que a luta no UFC 235 pode lhe dar a oportunidade de mostrar evolução em seu jiu-jítsu, treinado pelo brasileiro Roberto Tussa em Albuquerque, Novo México.

  • Tem partes do meu jogo que consigo mostrar mais em uma luta. O meu jiu-jítsu melhorou muito e estou animado para ter a possibilidade de mostrar isso no sábado. Smith não é excelente em nenhum elemento, mas tem um bom jogo de chão, então acho que vou poder mostrar minhas evoluções nessa área.

Desde 2014 fazendo apenas uma luta por ano, Jon Jones garante que quer ser mais ativo em 2019. O surgimento de novos nomes também o motiva a querer buscar mais desafios.

  • Agora tenho 31, estou ficando velho (risos), mas seria um bom objetivo lutar três vezes nesse ano. Existem muitos desafios nessa divisão. Muita gente jovem, ambiciosa, animada, e isso me anima a encará-los.

Ao encerrar a entrevista, Jon Jones voltou a demonstrar seu desejo por enfileirar vitórias e bater novos adversários. Isso lhe dá a certeza de que está na lista quando o debate é: “quem é o melhor lutador de todos os tempos?”.

  • Acho que os fãs de MMA concordam com a ideia de que sou um dos maiores lutadores desse esporte de todos os tempos, mas, pessoalmente, sinto que tenho muito a provar ainda. Eu, junto com meus treinadores, estou aqui para superar todos os adversários, um por um. Enquanto isso não acontecer, vamos sentir que temos ainda muito trabalho a fazer - concluiu.

Serviço do UFC 235

Na próxima sexta-feira, a partir de 14h (de Brasília), o Combate.com transmite ao vivo a pesagem oficial do UFC 235, e às 21h (de Brasília) acontece a pesagem cerimonial, com as encaradas, em que terá transmissões ao vivo no Combate, Combate.com e SporTV 3.

Já no sábado, o Combate transmite todo o card com exclusividade, a partir de 20h30 (de Brasília), e o Combate.com e SporTV 3 exibem as duas primeiras lutas.

UFC 235

2 de março de 2019, em Las Vegas (EUA)

CARD PRINCIPAL (0h):

Peso-meio-pesado: Jon Jones x Anthony Smith

Peso-meio-médio: Tyron Woodley x Kamaru Usman

Peso-meio-médio: Ben Askren x Robbie Lawler

Peso-palha: Tecia Torres x Weili Zhang

Peso-galo: Cody Garbrandt x Pedro Munhoz

CARD PRELIMINAR (20h30):

Peso-pena: Jeremy Stephens x Zabit Magomedsharipov

Peso-meio-pesado: Misha Cirkunov x Johnny Walker

Peso-galo: Alejandro Perez x Cody Stamann

Peso-meio-médio: Diego Sanchez x Mickey Gall

Peso-médio: Charles Byrd x Edmen Shahbazyan

Peso-galo: Gina Mazany x Macy Chiasson

Peso-palha: Polyana Viana x Hannah Cifers

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