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Esportes
22/06/2018 08:32:00
Viagens, lesões e quedas: Brasil tenta volta por cima contra Austrália na Liga

Globo Esporte/LD

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As derrotas ligaram o alerta. Em uma semana de dificuldades já esperadas, as quedas para Canadá, França e Bulgária causaram um impacto nada agradável. Em quarto lugar na Liga das Nações, porém, o Brasil tenta não se desesperar. Se o desempenho em quadra não foi dos melhores, alguns fatores aparecem para suavizar o estrago (confira logo abaixo). Nesta sexta-feira, a seleção de Renan Dal Zotto volta à quadra para a última semana da competição. Em Melbourne, na Austrália, encara os donos da casa, às 8h10 com a missão de voltar aos melhores dias. E uma obrigação: não deixar a vaga na fase final escapar. O SporTV3 transmite a partida ao vivo, e o GloboEsporte.com acompanha tudo em Tempo Real.

O Brasil terá algumas mudanças para a última semana da fase de classificação. Sem Lipe e com a oscilação de seus ponteiros, Renan chamou Lucas Lóh para reforçar a posição. Evandro e Éder, poupados nas últimas semanas, também voltam à equipe.

Primeiro fator: as longas viagens

Desde o início da Liga das Nações, o desgaste estava no discurso de cada membro da delegação. A equipe chega a Melbourne depois de passar por Krajelvo, na Sérvia; Goiânia; Ufa, na Rússia; e Varna, na Bulgária. Foi uma das equipes que precisaram encarar longas viagens, com passagens por três continentes no caminho. A França, por exemplo, sediou duas etapas e sequer saiu da Europa, além de ser sede da fase final.

  • Com certeza, jogar três fases de três jogos é uma coisa; cinco fases é algo completamente diferente. Time vai ter mais oscilação. Falta a agressividade, que é algo característico da seleção. Acho normal. Você imaginaria a China, por exemplo, vencendo a França? A Argentina vencendo a Itália por 3 a 0? Foi uma oscilação em um fim de semana muito complicado – disse Marco Freitas, comentarista da TV Globo e do SporTV.

Carlão concorda. O campeão olímpico acredita que, diante de tanto tempo na estrada, o desgaste é inevitável. Para o ex-capitão, o cansaço foi o maior problema na última semana.

  • Foram três derrotas, não é questão de colocar culpa, mas é uma competição muito desgastante. Seleção está meio cansada. Não conseguimos manter o nível adequado que vínhamos mostrando. É um equilíbrio muito grande.

Segundo fator: lesões e oscilação dos ponteiros

Renan também precisou enfrentar um problema a mais em quadra. Foram algumas lesões, como Maurício Souza e Lipe, e a necessidade de poupar alguns veteranos, como Evandro e Éder. Além disso, viu seus ponteiros oscilarem em momentos decisivos, principalmente no fim de semana em Varna, na Bulgária. Muito bem nos jogos anteriores, Maurício Borges oscilou, principalmente no passe, o que prejudicou o estilo de jogo do Brasil.

Lipe, que ficara treinando no Brasil após a etapa de Goiânia, se machucou. Douglas Souza, que passou a ocupar a posição de titular, também oscilou em momentos decisivos. Leozinho, uma aposta de Renan, ainda busca se impor. Por isso, o técnico chamou Lucas Lóh para reforçar a equipe em Melbourne.

  • Eu acho que estamos tendo problemas com ponteiros desde Londres-2012. Foi um comentário que eu fiz lá. Foram 15 anos que tivemos ponteiros passadores extraordinários. E muitos pararam. Obviamente, nesse tempo, surgiu o Lucarelli, uma das grandes revelações. Estamos tendo problemas nessa posição. Maurício se saiu muito bem, mas teve uma queda preocupante na última semana. Complica um pouco a distribuição de jogo – afirma Carlão.

  • A gente estava segurando a onda com o Mauricio. Sem o Lipe, só com o Douglas Souza, já esta na conta do chá. Isso desestabiliza. Maurício caiu de redmento, mais do que ataque, emocionalmente. E o Brasil esteve muito mal na recepção nesses jogos – completou Marquinho.

Última semana

A situação na tabela, porém, não é tão desesperadora. O ponto conquistado na derrota para a Bulgária fez com que o Brasil terminasse a última etapa na quarta posição, com 24 pontos. Como a França, garantida na fase final por ser sede, lidera a tabela, até a Sérvia, em sexto lugar, se classificaria. Na Austrália, além dos donos da casa, a equipe de Renan Dal Zotto também enfrenta Polônia e Argentina.

Marco Freitas lembra que tropeços são normais no caminho brasileiro. Na campanha do ouro olímpico no Rio, por exemplo, a seleção perdeu dois jogos na fase de classificação, para Estados Unidos e Itália.

  • Estamos pecando um pouco nos finais de set. Uma questão de segurança mesmo. Sem a confiança necessária pra isso, muio natural oscilar. Vai dar uma sacudida. Historicamente, também aconteceu com Bernardinho. Não é questão comissão. Vai ter uma cobrança. Vamos ver como vão reagir fiscamente. Seleção está aprendendo a lidar com a competição. Sempre tivemos algo ruim antes. Na Olimpíada, perdemos duas e fomos campeões. Apesar de tudo, estou confiante.

Austrália, o primeiro rival

O clima em Melbourne é de confiança. Apesar dos resultados negativos na semana anterior, Bruninho, capitão da equipe, sabe que o Brasil precisa dos bons resultados para garantir lugar na fase final da Liga.

  • Chegamos aqui na terça à noite e não tivemos muito tempo para nos preparar e entrar no fuso horário, mas o mais importante é que o time está motivado e sabendo da importância desses três jogos. Precisamos dessas vitórias para conseguir a classificação para a Fase Final, que é nosso primeiro grande objetivo no ano, e o time está focado nisso - disse, através da assessoria de imprensa da seleção.

A Austrália não é presença constante nos campeonatos de elite. Por isso mesmo, tem uma campanha instável: soma 15 pontos, com cinco vitórias e sete derrotas. O último triunfo, porém, tem um peso: 3 a 1 contra a Itália, na última semana.

  • Hoje em dia todo jogo é muito equilibrado, e a Austrália é uma seleção que cresceu muito durante a competição. Vem com quatro vitórias nesses últimos jogos, é uma equipe alta, jovem, e esse jogo é encarado como uma final. Vamos entrar focados para buscar um resultado que precisamos - disse Renan Dal Zotto.
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