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03/12/2018 08:48:00
Banco Mundial anuncia liberação de 200 bilhões de dólares para ações climáticas

G1/LD

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O Banco Mundial anunciou, nesta segunda-feira (3), durante a Conferência do Clima da ONU (COP24), um investimento de 200 bilhões de dólares (cerca de 773 bilhões de reais) para "apoiar países a tomarem ações climáticas ambiciosas". O dinheiro deve ser investido entre 2021 e 2025.

De acordo com Kristalina Georgieva, presidente do Banco Mundial, metade desse dinheiro deve ir para "construir casas, escolas e infraestruturas melhor adaptadas, e investir em agricultura inteligente, gestão sustentável de água e redes de segurança social."

100 bilhões de dólares (cerca de R$ 387 bilhões) são recursos do próprio Banco Mundial. A outra parte do dinheiro virá de financiamento combinado e de capital privado mobilizado pela entidade.

“Cabe a cada um de nós fazer tudo o que pudermos para lidar com as mudanças climáticas. Se não o fizermos, nossos filhos e netos não nos perdoarão ”, declarou Georgieva durante a COP24, que acontece até 14 de dezembro em Katowice, na Polônia.

O financiamento de ações para lidar com as mudanças no clima é um dos temas em discussão na Conferência, que tenta definir um "livro de regras" sobre como deve funcionar o Acordo de Paris, ratificado em 2015.

Os países do Hemisfério Sul esperam que a comunidade internacional amplifique seus objetivos de redução de emissões de gases que provocam o efeito estufa. Além disso, pretendem recordar ao Norte a promessa de aumentar o financiamento das políticas climáticas nos países em desenvolvimento a 100 bilhões de dólares por ano até 2020.

Segundo dia de negociações

Os países mais ameaçados pela catástrofes climáticas devem pedir nesta segunda-feira mais compromissos das nações do Hemisfério Norte, em um contexto geral nada animador. Os presidentes dos Estados particularmente vulneráveis, como Honduras e Bangladesh, participarão do encontro.

"O grupo dos PMA (Países Menos Avançados) representa quase um bilhão de pessoas. Elas são as menos responsáveis pela mudança climática, mas as mais vulneráveis a suas consequências", comentou antes da conferência o presidente da delegação, o etíope Gebru Jember Endalew, que apontou a necessidade de "bilhões de dólares" para financiar estas políticas.

Mas os analistas temem que o contexto internacional, com a reiterada rejeição do presidente americano Donald Trump ao Acordo de Paris, não seja propício para a adoção de novos compromissos.

E a Polônia, que preside a reunião e é uma grande defensora de sua indústria do carvão, tem outras prioridades.

Além da aprovação crucial das regras para colocar em prática o Acordo de Paris, Varsóvia deseja promover uma "transição justa" para uma economia com pouca emissão de carbono e que o encontro de cúpula aprove um texto neste sentido.

De acordo com uma versão preliminar, à qual a agência de notícias France Presse teve acesso, a "declaração de Silésia", coração da produção de carvão polonesa", "admite os desafios enfrentados pelos setores, cidades e regiões em um período de conversão das energias fósseis (...) e a importância de assegurar um futuro decente aos trabalhadores afetados por esta transição".

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