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08/04/2019 11:00:00
Buscas a possíveis desaparecidos em queda de ponte na Alça Viária são retomadas nesta segunda

G1/LD

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O Corpo de Bombeiros do Pará e a Marinha do Brasil retomaram às 6h30 desta segunda-feira (8) as buscas aos possíveis vítimas da queda da terceira ponte da Alça Viária sobre o rio Moju, no nordeste do Pará. Testemunhas disseram que dois carros passavam pelo local no momento do acidente, causado pela colisão de uma balsa na estrutura.

O terceiro dia de buscas conta com o trabalho de 30 militares do Corpo de Bombeiros e 60 da Marinha do Brasil, incluindo mergulhadores. As equipes atuam em oito embarcações, entre elas a lancha hidrográfica com sonar, que faz a varredura lateral e possibilita a verificação de destroços no leito do rio.

Sobre as vítimas, a Polícia Civil informou que, até o domingo (7), ninguém havia procurou a corporação para registrar desaparecidos naquela região. O inquérito policial está sob sigilo. Embarcação irregular

As investigações apontam que a embarcação que colidiu com a estrutura da ponte não tinha licença para o transporte da carga. Ela levava resíduos de dendê.

O inquérito, conduzido pela Divisão de Investigação e Operações Especiais (Dioe), também revela que a balsa fazia o trajeto com excesso de peso.

“A quantidade da carga, de aproximadamente duas toneladas, foi crucial para o acidente ocorrer, aliado à corrente intensa da maré naquele momento”, afirmou o delegado-geral da corporação, Alberto Teixeira, na noite de domingo.

Segundo a Capitania dos Portos, estava proibida a navegação de embarcações naquela região no horário do acidente.

Alberto Teixeira informou ainda que os pontos cruciais da investigação são as causas que levaram a balsa a colidir com a ponte e se houve negligência por parte de quem conduzia ou contratou o transporte.

A polícia já ouviu representantes da empresa que realizava o transporte da carga, testemunhas do incidente, tripulantes e o comandante da embarcação.

Foram feitos exames toxicológicos por peritos do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves (CPCRC) nos tripulantes, mas não foi identificada a presença de nenhuma substância entorpecente.

Em nota, a Associação Brasileira de Produtores de Óleo de Palma (Abrapalma), instituição que agrega o setor de produtores de óleo de palma sustentável, manifestou apoio para a correta apuração sobre o caso e lamentou o acidente.

"O comboio formado pelo Empurrador ONC II e pela Balsa Vó Maria, conforme informou a Capitania dos Portos da Amazônia Oriental, que transportou o produto (cachos vazios de palma), foi contratado pelo comprador final, sem qualquer vinculação com associados à Abrapalma. A venda foi realizada por frete FOB (Free on board), onde o comprador assume todos os riscos e custos com o transporte da mercadoria. A Abrapalma, em nome de suas associadas, solidariza-se com o Governo e a população paraense e se coloca à disposição para colaborar no que for necessário", informou a nota da empresa.

Entenda

De acordo com a Capitania dos Portos, a embarcação colidiu com um dos pilares de sustentação da ponte e causou o desabamento de cerca de 200 metros da estrutura, que possuía 860 metros de comprimento e 23 de altura. Com a batida, quatro pilares caíram. A Capitania interditou a área de navegação sob a ponte Moju-Alça, por apresentar riscos à navegação.

A ponte está localizada no quilômetro 48 da rodovia estadual PA-483 e liga a Região Metropolitana de Belém ao Nordeste do Estado do Pará.

Medidas

De acordo com o Governo do Estado, a partir dessa segunda, o transporte hidroviário ganhará reforço nas embarcações que atuam para os municípios de Cametá e Moju, diretamente impactados pelo acidente. O objetivo é estimular a utilização de barcos para o deslocamento de pessoas, ao invés de veículos.

Empresas que atuam nos municípios de Abaetetuba, Limoeiro do Ajuru, Barcarena, Tucuruí e Baião também foram autorizadas pelo governo a usarem novos barcos ou navios e, assim, aumentar a possibilidade de transporte nesses municípios.

Sobre a construção de rampas nos dois lados onde ficava a ponte, o governo estadual informou que estuda a melhor forma de implementar as estruturas, para que haja o mínimo impacto ambiental possível. As empresas responsáveis pelas ações deram o prazo de 90 dias para realizar o serviço.

“Estamos agora contando com o apoio do Departamento Nacional de Trânsito (Dnit) e o Exército, cujos representantes vieram para somar, trocando ideias e alternativas a respeito das obras que devem ser executadas”, disse o Helder Barbalho.

O que se sabe até agora

  • Uma balsa que transportava rejeitos de dendê colidiu contra um dos pilares de sustentação da ponte na madrugada de sábado (6)

  • Testemunhas dizem ter visto dois carros caírem no rio; bombeiros fazem buscas

  • Inquérito é aberto e desabamento é investigado pelo MPPA

  • Balsa, que provocou desabamento, estava irregular, segundo informações da Capitania dos Portos

  • Tripulação da balsa presta depoimento, conteúdo não é divulgado

  • Governo anuncia medidas emergenciais para diminuir impactos do acidente

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