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13/03/2019 13:00:00
Discussão entre testemunha e advogado faz juíza suspender júri do caso Bernardo por alguns minutos

G1/LD

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O terceiro dia de júri do caso Bernardo foi suspenso por alguns minutos na manhã desta quarta-feira (13), durante o depoimento da primeira testemunha. Os ânimos se exaltaram após Luiz Omar Gomes Pinto, que trabalhou para Leandro Boldrini, pai do menino, e um dos representantes da ré Edelvânia Wirganovicz discutirem.

A juíza Sucilene Engler Werle interferiu e pediu que advogado se acalmasse. A sessão chegou a ser suspensa novamente pouco tempo depois, porque algumas testemunhas relataram pressão alta. O G1 RS transmite ao vivo.

O advogado Jean Severo fez uma pergunta sobre traição envolvendo Graciele, madrasta do menino, após a testemunha dizer, em resposta ao representante de Graciele, que a ex-mulher de Leandro, que cometeu suicídio antes da morte de Bernardo, traía ele. Foi esse assunto que gerou a confusão. Já fazia cerca de meia hora que Luiz Omar falava.

"A defesa gostaria de saber se o senhor já ouviu um boato aqui nessa comarca em Três Passos, de que a Graciele tivesse um amante nessa cidade. A Kelly, a madrasta", indagou o advogado.

"Primeiramente, posso fazer um pedido? Eu escuto bem", respondeu a testemunha. "Mas isso é um problema seu, eu falo alto. Tu não vai me dizer nada, o senhor é testemunha aqui", rebateu Jean Severo.

A juíza interferiu: "Doutor, nem o senhor pode tratar a testemunha assim, ele pediu para o senhor falar baixo. O senhor afasta um pouco o microfone, por favor."

"É o meu jeito de falar. Para mim eu nem precisava de microfone. Eu só estou fazendo uma pergunta", continuou o advogado.

Luiz Omar, então, deu sua resposta sobre a pergunta feita inicialmente: "Nunca tive contato, não conheço, não faço questão de conhecer. E só grita quem não tem argumento", disparou.

"Ou fala assim quem está mentindo, como tu", rebate novamente Jean Severo. "O que o senhor disse?", questionou a juíza. "Ninguém vai me afrontar aqui", seguiu o advogado.

"O senhor está chamando a testemunha de mentirosa. Vamos suspender a sessão por uns segundos. Vamos lá conversar. O senhor se acalme, vá lá para dentro", encerrou a juíza.

O júri ficou suspenso por cerca de cinco minutos.

Uma das perguntas que Luiz Omar respondeu sobre Leandro, com quem ele convivia, foi se ele lembrava de alguma situação em que o pai de Bernardo tenha sido agressivo. "Não tenho lembrança. Se houve, nesses poucos instantes que convivi com eles, sempre foi aquele padrão de tranquilidade", descreveu a testemunha.

Instantes depois de a sessão ter sido retomada, a juíza informou que testemunhas que aguardavam para serem ouvidas, em outra sala, estavam com pressão alta. Ela pediu novamente a suspensão do júri, por pouco tempo, para verificar a situação dessas pessoas. Quando retornou, disse que todos estavam bem.

O julgamento é realizado quase cinco anos após a morte de Bernardo.

Entres os acusados, estão o pai e a madrasta do menino, Leandro Boldrini e Graciele Ugulini. Respondem também pelo crime os irmãos Edelvânia e Evandro Wirganovicz.

Leandro, Graciele, Edelvânia e Evandro respondem por homicídio com quatro qualificadoras (motivo torpe, fútil, com emprego de veneno e mediante dissimulação) e ocultação de cadáver. O pai de Bernardo ainda responde por falsidade ideológica.

O processo que apura a morte de Bernardo tem cerca de 9 mil páginas, distribuídas em 44 volumes.

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